domingo, 28 de novembro de 2010

"Já dei mil voltas pela cidade,Achei toda força de verdade bem dentro de mim"

Esses dias alguém veio me falar que tal pessoa era de tal jeito e que ele tentou mudar tal pessoa e que ela foi a pessoa, mas que voltou a ser a pessoa que era. Pensei? Que diabos, como assim? Desde quando agt é uma só pessoa? Desde quando agt não tem mil pessaos diferentes dentro da gente? Desde quando coisas externas não influenciam em quem agt é. Seremos diferentes, com pessoas diferentes, é óbvio.
Sempre disse que agt não se conhece muito bem, que agt nunca sabe como se comportaria diante de determinadas situações. Eu tenho certeza que não me alimentaria de pessoas mortas,como fizeram aquelas pessaos que cairam de avião aquela vez, para sobreviver. Mas será mesmo que meu instinto de sobrevivência não falaria mais alto nesta hora?
Eu fui um tanto quanto extremista no exemplo, mas o que eu qero dizer, é que pra nós mesmos já é difícil nos conhecermos, imagina para outra pessoa. Esses dias também alguém tava contando que viu o espírito sair do corpo enquanto dormia. Que baita loucura. Mas se tu for pensar a existência é uma baita loucura mesmo. Os sonâmbulos, por exemplo, fazem tudo dormindo. Ou seja, eles não tem idéia do que estão fazendo mas seu corpo está executando movimentos, falas e etc. A mesma coisa quando as pessoas bebem demais, aparentemente elas não tem controle do que fazem. Ou seja, até que ponto agt tem controle?
Se a gente morasse na Índia, teria idéias completamente diferentes do que temos nesse país. Com pais diferentes, talvez preferencias políticas também diferentes. Conhecendo um mestre ou em uma grande situação de desespero, tavez uma outra religião.Então como dizer " eu sou isso" ou " eu sou aquilo". Não, não sou droga nenhuma. Graças aos céus, posso ser uma pessoa em cada momento, pq estou crescendo sempre. Como diria o texto de Marta Medeiros, pessoas interessantes mudam de cabelo, de cidade e de prato preferido. Eu, por exemplo, poderia dizer há anos atrás que adorava strogonoff, o que não como de jeito nenhum atualmente. Mas pq ? Pq por irônia do destino, acho que essa mudança na minha " personalidade" fez com que eu me encontrasse mais perto de mim. E se é tão difícil definir quem somos, a única coisa que importa é a capacidade de se encontrar consigo mesmo, sempre:

"Onde quer que você esteja, relembre de si mesmo, que você é. Essa consciência de que você é deve tornar-se uma continuidade. Não seu nome, sua nacionalidade. Essas coisas são fúteis, absolutamente inúteis. Basta lembrar-se que: Eu sou. Isso não pode ser esquecido. Caminhando, sentado, comendo, falando, lembre-se de que: Eu sou.

Isso será muito difícil, bem árduo. No começo você continuará esquecendo: só haverá uns momentos quando você se sentirá iluminado, então isso desaparece. Mas não se sinta miserável; mesmo uns poucos momentos são muito. Continue, sempre quando você puder lembrar novamente segure o fio. Quando você esquecer, não se preocupe, lembre-se de novo, e aos poucos os intervalos diminuirão, os intervalos começarão a desaparecer, uma continuidade irá surgir.

E quando sua consciência se tornar contínua, você não precisa usar a mente. Assim não há nenhum planejamento, desse modo você age a partir de sua consciência, não a partir de sua mente. Portanto não há nenhuma necessidade de qualquer desculpa, nenhuma necessidade de dar qualquer explicação. Assim você é o que quer que você seja; não há nada para esconder. O que quer que você seja, você é. Você não pode fazer mais coisa alguma. Você só pode ficar num estado de contínua lembrança. Através dessa lembrança, dessa mentalidade, surge a autêntica religião, surge a autêntica moralidade.

Isso é o que os Hindus chamam de auto-lembrança, o que Buda chamou de mentalidade correta, o que Gurdjieff costumava chamar auto-relembrar, o que Krishnamurti chama de consciência. Essa é a parte mais substancial da meditação, lembrar-se que: Eu sou.

Você não precisa repeti-lo na mente, “Estou caminhando”. Se você repeti-lo, isso não é lembrança. Você precisa estar não verbalmente cônscio de que ‘Estou caminhando, estou comendo, estou falando, estou escutando’. O que quer que você faça, o ‘Eu’ interior não deve ser esquecido; isso deve permanecer.

Isso não é auto-consciência. Isso é consciência do eu. Auto-consciência é ego. Consciência do eu é asmita…pureza, somente estar cônscio de que ‘Eu sou’.Geralmente, sua consciência está dirigida para o objeto. Você olha para mim: toda sua consciência se move na minha direção como uma flecha. Mas você está flechado em direção a mim. Auto-lembrança significa que você precisa ter uma dupla-flecha: um lado dela mostrando-se a mim, outro lado mostrando-se a você. Uma dupla-flecha é auto-lembrança." (osho)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"A ruína é uma dádiva"



Olá!

Estive sumida eu sei! E talvez eu continuasse, afinal amanhã de manhã tem gravação de tarde trabalho, academia e inglês. A versão final da mono será entregue na terça.Quando também tem prova, e na segunda a banca de Projeto experimental. Além, do trabalho de foto II. Enfim, acho que já deu pra perceber que foi realmente difícil escrever nos últimos meses.Também pq passei boas horas da minha vida estudando, não sei bem pra que e pq, mas estudando.

Mas hoje foi impossível não escrever! Alguns posts atrás, eu escrevi que não costumava chorar nem por decreto antigamente e que hoje choro até em comercial. Pois é, acabo de passar duas horas e vinte minutos chorando. Fui ver comer, rezar e amar no cinema e bem dizendo, chorei desde que o filme começou.

Hoje na prefeitura alguém tinha me dito que foi ver o filme e que o filme é de "mulherzinha". Acho que bem pelo contrário. Eu não sou "mulherzinha" e me indentifico muito com a personagem, talvez por isso tanto choro. Também pq como já tinha lido o livro sabia toda a história e sabia também que ela tem muito mais profundidade do que o filme é capaz de passar.

Me identifiquei já no começo do filme, quando depois de um relacionamento infeliz ela resolve pedir o divórcio...quando ela toca nos móveis e simplesmente não se reconhece na sua vida. Afinal, ela não tem tudo o que queria ? Não foi essa vida que ela planejou? O que está errado?

Odeio essa história de "tu tens tudo o que tu quer e deveria estar feliz". Acho que a gente pode ter tudo, e estar completamente infeliz. O que muitas vezes, acontece. Não estou dizendo que estou infeliz, mas desde pequena tenho uma ponta de angústia dentro de mim. Não consigo me imaginar acabando a faculdade, tendo um trabalho "comum", morando pro resto da vida na mesma cidade, casando, tendo filhos e "deu". Tá certo, não é simplesmente "e deu", essa vida pode ser uma baita vida pra muita gente. Mas por bem ou por mal, nunca foi assim comigo. Pensar em tudo isso, sempre me deu medo. Sempre teve um sentimento que falou mais alto, de fazer algo diferente, realmente significativo. Talvez conhecer o mundo, talvez escrever um livro, não sei bem.Mas se assemelha e muito com o que a personagem faz. Fica óbvio assim, pq escolhi o jornalismo. Pq achei que seria ele que possibilitaria fazer algo diferente.Talvez eu acabe fazendo como "todo mundo faz", mas pelo menos vou poder dizer: eu tentei.

Não acho que ela foi mulherzinha. Quantos de nós teria coragem de abrir mão de uma vida confortável pra percorrer o mundo em busca de si mesmo, sem certeza nenhuma de que se acharia em algum outro lugar?! Quantos de nós já não passou 10 anos vivendo mecanicamente e nunca tentou se encontrar com "Deus"? ( Seja lá como ele se manifeste).

O amor pode ser uma resposta para tudo no mundo, talvez ele nos traga esse sentimento de que realmente a vida vale à pena. Mas esse amor de marido, mulher e filhos eu imagino na minha vida daqui uns dez anos... Antes dele quero ver tantas coisas, fazer tantas coisas, descobrir o mundo e a mim mesma! Até pq nos relacionamentos que vejo atualmente, o amor que eu acredito não está presente! Não posso acreditar em um amor feio. É isso que costumo dizer para resumir o que acredito que seja o amor: O amor é lindo! Simples assim, o amor é lindo! E todos esse sentimentos feios, não fazem parte do amor, nós que criamos eles: posse, ciúmes, controle, violência, desrespeito, mentira...Não posso acreditar em um amor que controla e que não liberta, não posso acreditar em um amor que não é simplesmente verdadeiro e feliz.

Enfim, acho que realmente a gente precisa primeiro se encontrar, pra depois tentar amar ao outro. Se nós não aceitamos, como aceitaremos o outro? Como nos perdoarmos por não sermos perfeitos e como perdoarmos aos outros?

Eu,por exemplo, graças a Deus ou a minha mente, tenho plena consciência do quanto sou dura comigo mesma, do quanto me cobro, do quanto tento não me acomodar, crescer, amadurecer e evoluir sempre! Obviamente também vou fazer isso com os outros.

Por isso, mais uma vez me debulhei em lágrimas quando alguém na Índia leva a personagem ( embora eu esteja falando "a personagem" é uma história real vale lembrar) à um belo lugar e manda que ela fique ali até que se perdoe por tudo. É fato, quando a gente se perdoa é como se os outros nos perdoassem. E se eles não nos perdoarem, por termos feito alguém sofrer, a única coisa que podemos fazer é desejar luz e paz e esquecer.

Acabei de dizer que me cobro demais. Mas em outra parte que morri chorando no filme, a personagem escreve uma carta para um ex-namorado, onde diz que a "Ruína é uma dádiva", a idéia se repete quando o mesmo "alguém" de antes diz a ela que para subir ao topo é preciso descer lá em baixo. Acredito nisso, só explorando a escuridão, batemos de frente com nós mesmos, com nosso defeitos.Assim, com consciência, podemos aceitá-los e deixá-los ir embora, levar uma vida mais leve.

É na ruína, na descontrução, nessa fase confusa de quem está acabando a faculdade e tem que escolher um caminho a trilhar, um lugar para ir...que a essência prevalece e nós mostra quem somos de verdade e o que queremos. Que pode ser absolutamente nada, apenas nos encontramos com nós mesmos. Deixar a vida ser, aceitar a verdade. E sorrir, com o estômago. Afinal, você pode amar o mundo inteiro!

Vi um sociológo falando uma vez, que para as mulheres de baixa renda o papel que elas desempanham é o de mãe. Elas não tem muitas opções, logo se identificam com este papel na sociedade.Não tenho nada contra filhos, mas como já disse lá em cima, acho isso super saudável e lindo com uns 30 anos, quando eu tiver maturidade para isso. Enquanto isso vou buscando o meu papel. Jornalista? Não, essa é a minha atividade! A minha palavra? Se um dia eu descobrir, eu juro que venho e conto.


Osho, meu mestre amado, para acabar esse post:

"É possível amar o mundo inteiro... O amor nunca deveria ser possessivo... Não deveria ser exclusivo, e sim inclusivo...... As pessoas deveriam amar... O amor não deveria ser apenas um relacionamento:deveria ser um estado do ser... E sempre que você ama uma pessoa, através dela ama a todos..."