segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um final de semana com o mar...(22.01 - 17:21)

Domingo é um dia diferente em Palermo. É um dia em que as ruas estão cheias de turistas e coisas feitas especialmente para eles, como charretes para dar uma volta na cidade. De manhã, acordei e fui ver se minhas roupas estavam secas e tinha algo como um grupo de 30 senhores e senhoras em baixo do meu prédio olhando para a torre que fica na frente dele. Pela cara de surpresa das senhoras e senhores imaginei que o guia deveria estar contando algo muito interessante, pois ninguém nunca me contou de quando é aquela torre ou qual é a história. Resolvi baixar a música do meu canal Polônes de clipes e tentar ouvir o guia. De repente, todas as cabeças viraram e olharam para o meu prédio com a mesma cara de turista e eu ali, me sentindo pela primeira vez na vida algo turístico.


Resolvi retomar minhas atividades, ou seja, esquentar água no fogão, para lavar meu cabelo na piá, pois os problemas com a luz voltaram. Ontem à noite pensei, pensei e resolvi tentar ligar o aparelho que esquenta água, uns minutos depois estava sem luz, com luz, sem luz, com luz...Enfim, dos males o menor, resolvi esquentar água e pelo menos tomar um banho com luz. Já que na sexta tomei de caneco sem luz. É, mas não é reclamação. Até que é bom tomar banho no escuro, quando não usamos um dos sentidos os outros se intensificam e para quem não tem como tomar banho quente e com luz, água quente em balde vira uma coisa maravilhosa.
Continuando, depois de lavar os cabelos, fui comprar brócolis e cenoura para comer com arroz integral, meu típico cardápio diário no Brasil (arroz integral+legumes) que consegui implementar aqui, depois de achar Shoyu em uma loja de produtos chineses. Autêntico Shoyu Chinês, muito mais forte que os que têm nos supermercados do Brasil. Depois do banho fui encontrar o Kelvin, o menino Tawainês que trabalha no mesmo projeto que eu e com quem eu tenho mais afinidade. Não sei, mas é mais fácil para mim lidar com guris do que com gurias, acho que eles são mais simples. E as duas meninas do meu projeto ( China e Twain) estavam na Catânia.



No caminho ouvi um “ Você fala inglês” vindo do outro lado da rua. Eu disse sim e o homem de uns trinta e poucos anos veio falar comigo, perguntou onde ficava o “mercado de balarô” com um sotaque americano. Eu expliquei, então ele perguntou se eu queria ir almoçar com ele lá, eu disse que não que estava indo para Mondello. Ele falou que estava viajando por lugares como Catânia, Messina e etc. e perguntou se eu era da Itália ou da Espanha( não é a primeira vez que me perguntam isso). Falei que eu era do Brasil, mas não sei se foi uma boa ideia. Já tinham me dito que não é muito bom falar que é do Brasil aqui na Itália, pois muitas garotas do Brasil se prostituem na Itália. Não sei se foi isso ou outra coisa, mas a conversa degringolou. O cara falou que era americano e perguntou se nós podíamos fazer um “lindo amor”, fiquei com uma cara de quem não sabia se tinha entendido realmente o inglês dele, e ele continuou “ eu sou americano, você é da América do Sul”. Resolvi falar que tinha coisas para fazer e ele continuou “ but you have a beautiful body”. Resolvi ir embora, foi a cantada mais cara de pau que recebi na minha vida eu acho.


Finalmente, encontrei Kelvin e fomos para Mondelo. Mondelo é lindo. Ficamos horas lá curtindo o mar. A maioria das pessoas na Sicilia me dizem coisas como não ter graça ir para a praia no inverno, que o bom é no verão. Mas para mim, o lugar é lindo igual. E não gosto de praia cheia de gente, música e etc. Então, a paz da praia no inverno é maravilhosa. Lá não tinha quase ninguém, dois casais de garotos e garotas novas se amando na areia. Apareceu também um homem enchendo garrafas com água do mar, não entendi nada à princípio, mas depois ele acabou tomando um banho no mar, um banho mesmo, no frio, os dreads presos e ele só de sunga. Depois, se secou e colocou a roupa. Além de ser alternativo, tem que ser corajoso para tomar banho só no mar no inverno.


Hoje, fiquei olhando o mar e tentando não pensar em nada, parar a mente um pouco e só desfrutar do momento. Fiz a mesma coisa olhando as lindas montanhas e árvores do ônibus, as montanhas aqui são lindas, petrificadas. Cheguei à conclusão que se eu começar a pensar nas mil outras experiências que eu poderia estar tendo nesse momento, eu vou enlouquecer.


Cheguei à conclusão também que a gente sempre está no lugar que a gente deveria estar e que eu tenho que parar de querer achar um objetivo em tudo, mesmo que seja crescer ou melhorar o mundo. Não adianta ficar pensando qual lugar me faria crescer mais, que projeto mais iria mudar o mundo, tudo isso é extremamente relativo, existem lugares tão pobres quanto a África no Brasil, ou crianças tão mal criadas nos projetos da ONG que eu já trabalho. Infelizmente, acho que para o mundo mudar de verdade, precisamos fazer as pessoas mudarem e isso é muito, muito difícil. A meditação, por exemplo, é um caminho. Mas como dizia em um livro do Gourdieff que eu li, a linha que leva ao caminho certo é tão difícil de se equilibrar em cima que parece que é feita para você não chegar lá. Não é fácil estar de frente a nossa condição de seres humanos com todos os defeitos que isso inclui, principalmente o que acho que o mas difícil de mudar: o egoísmo. E tem também o tal do ego...e todas essas outras coisas que fazem com quem o mundo seja como é. Bom, mas isso é outra conversa e rende muito assunto.





Outro coisa que pensei é que é impossível fazer tudo sozinha e que tenho que ser compreensiva se as pessoas não têm o mesmo ritmo que eu não estão tão interessadas assim em fazer o que para mim é importante. Essa semana perdi a paciência diversas vezes, as meninas que trabalham no meu projeto (China e Twaian) não são muito pró-ativas e parecem não se importar muito em ser. Eu não gosto muito que as pessoas dependam de mim e diversas vezes fui meio que mãe, tendo que explicar tudo e ajudar em tudo. A menina que eu moro, por exemplo, tem medo de ficar sozinha em casa, então aonde eu vou ela vai. Eu gosto do meu grupo de trabalho, mas não gosto de depender das pessoas e não gosto que elas dependam de mim. Às vezes tudo que eu quero é fazer algo sozinha, por exemplo. Por isso, acabei me acertando mais com o menino, ao meu ver ele é o mais maduro. Talvez, por ter sido da AIESEC Nacional em Twain e, por exemplo, ter essa experiência de morar com um monte de pessoas. Uma experiência em que a gente tem que colaborar com quem vive com a gente, o que não tem acontecido na minha casa.


Além disso, essa semana acabei fazendo grande parte do trabalho sozinha, com horários exaustivos. Tudo isso, pois para mim é muito importante não apenas estar aqui, mas fazer o que eu tenho para fazer, ou era, pois agora relaxei. Como disse, não posso mudar o mundo sozinha. E tenho que entender que as pessoas têm tempos diferentes. Vou tentar relaxar essa semana. E isso é mais fácil depois de ter visto o mar lindo ontem e hoje, pois quando eu olho para ele eu vejo que no fundo nada têm muita importância. Só coisas simples, como a natureza e as pessoas que a gente gosta. Simples assim.

Nessa minha experiência não tenho aprendido como as pessoas são diferente, mas sim como as pessoas são parecidas. Ontem em Cefalú, estávamos olhando o mar e Kelvin me falou que a última vez que ele viu o mar foi com a ex-namorada dele, que ele ainda gostava dela, mas ela estava com outra pessoa. Hoje, ele escreveu na areia um dia relevante para eles e depois tirou uma foto, ele também gravou um vídeo falando “eu te amo” em Mandarin, ele disse que era para mandar para alguém importante algum dia, mas para mim era para ela também. No passado, eu pensava que a gente tinha uma essência, mas que as coisas podiam mudar dependendo da nossa cultura. Hoje eu vejo que as coisas dependem muito mais da pessoa que tu é, eu moro no RS e não como carne, por exemplo, enquanto o cultural é comer. A menina que mora comigo parece uma típica chinesa, super quieta e tal, mas tenho certeza que tem gente da mesma cidade dela que é completamente diferente. Bourdieu diria o contrário, que “tudo” é cultural, não sei , pode ser para os bens que nós consumimos, as escolhas que fazemos, mas a nossa personalidade acho que é uma coisa nossa e única e talvez realmente existam estágio diferentes. E de qualquer maneira, o mundo está cada vez mais parecido. A história que eu ouvi a vida inteira, que os chineses comem gatos e cachorros, por exemplo, é mentira. Eu acho que as pessoas em essência, são realmente parecidas

Nobodysay it was easy...(19.01 - 18:27)

Ninguém falou que seria fácil fazer um intercâmbio. Nem eu queria isso, por isso escolhi algo que realmente achei que ia ser um desafio. Sou líder de um grupo de quatro pessoas, uma da China e dois de Twaian. Só isso por si já seria um pouco complicado. Temos o objetivo de recolher determinada quantia de Euros para uma ONG o que não é pouco. Várias vezes por dia eu penso em desistir de tudo e ir viajar, pois em Palermo tudo é burocrático e difícil. E nós não temos muito tempo. Muitas vezes às pessoas não se esforçam para entender, ou, as que podiam ajudar não ajudam.
Acordei cedo todos os dias dessa semana e cheguei tarde em casa também, mesmo assim as coisas não estão como eu gostaria. Tento ficar calma e pensar que tudo vai dar certo no fim. Que de qualquer maneira essa experIência está me fazendo crescer em todos os sentidos, pois todos o dia é um desafio. Mas ao mesmo tempo me sinto um pouco frustrada, pois não sei se consigo passar para o meu grupo essa vontade que eu tenho de que as coisas dêem certo. Mas para eles parecem que isso não importa muito. Eu sei que tem um monte de pessoas que vão para seus intercâmbio e chegando lá e não fazem quase nada, mas não era isso que eu queria fazer. Eu penso que podia ter ido, por exemplo, para África, para trabalhar diretamente com as crianças, mas eu já trabalho diretamente com isso no Brasil. Então, não era isso que eu queria fazer. Talvez, teria sido melhora trabalhar com Educação, mas isso nós vamos tentar fazer aqui, eu acho.
Além de trabalhar, eu convivo quase o tempo inteiro com o meu grupo. Como eles só falam inglês, eles não conseguem se virar muito bem aqui na Itália, ninguém quase fala inglês aqui. Então, eu tenho que ajudar em tudo, decifrar menus, mostrar caminhos. Quem me conhece bem sabe que às vezes eu preciso ficar sozinha, mas a Chinesa que mora comigo, tem medo de ficar sozinha em casa, ou seja, onde eu vou, ela vai junto. Hoje argumentei com eles, que eles precisam pensar em boas idéias e fazer coisas por eles mesmo, não esperar que eu sempre diga o que eles tem que fazer. O que a gente costuma chamar de pró-atividade. Mas acho que somos bem diferentes. Apesar de um deles ser mais velho que eu, eles trouxeram um monte de coisas como cuples nudlles e bolachinas com desinhos chineses estampados. Eu gosto deles, eu juro que gosto, mas tenho dificuldade de lidar com pessoas que tem dependência de mim. Eu acho que as pessoas se somam, não gosta da sensação de depender de alguém e de certa forma não gosto que as pessoas dependam de mim. Eles pedem minha ajuda para tudo, até para ascender a luz do fogão. E tudo perguntam para mim, onde vamos comer, que horas, que horas vamos sair de onde estamos. A única coisa que eles resolveram se manifestar hoje foi para dizer algo como que achavam que nós não precisávamos trabalhar tantas horas. Eu também gostaria, mas as coisas não são fáceis...Mas enfim, se as coisas não tivessem sendo tão difíceis eu não estaria vendo tanto meus limites, me conhecendo, crescendo.
Agora é dormir e ver se as coisas melhoram amanhã! Vamos com calma. Outra coisa que aprendi, o mundo gira por si só. E nem tudo está em nosso controle.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Pasta e Pizza no R.U.


Bom, nós combinamos às 11h, então eu tive que acordar às 10h, foi difícil, depois de tantos dias acordando às 15h, mas eu consegui. Visitamos lugares lindos, como a Catedral de Palermo, a Praça da Independência , a estação de trem e um antigo castelo. Palermo é realmente uma cidade encantadora, com um trânsito confuso, para mim ainda é muito difícil apenas ir em frente na rua e esperar que os carros parem.








Meu TN manager me disse que não gosta de Palermo, acho que é a mesma relação que eu tenho com Santa Maria, um lugar confuso. Moram um milhão de pessoas aqui, mesmo assim, eu ainda acho uma linda cidade e gosto, por exemplo, da confusão do meu bairro. Falando para ele sobre o Brasil e o “preconceito” que temos com o nordeste, como “eles são preguiçosos” e etc, ele me disse que o mesmo acontece na Itália, o Norte é mais desenvolvido e eles pensam que no Sul as pessoas só vão para a praia e tomam sorvete. Achei divertido.



No almoço, comemos: sanduíche! Mas não é como o sanduíche do Brasil o pão é diferente e muito bom e eu escolhei um de salmão, que vinha com cebola, alface e era bem apimentado. Bom, depois fomos a uma loja que como as lojas do Brasil vendia tudo por 1 Euro e eu pude finalmente comprar materiais de limpeza =) Comprei alvejante, amaciante, sabão, esponjas e...PRATOS! Sim, é muito estranho, como quase tudo nessa casa, mas eu tenho algo como 0921981982 copos e nenhum prato.


Eu fiquei REALMENTE muito feliz. Chegando em casa fomos testar a máquina e é estranho, pois ela não mostra o ciclo da roupa, então eu realmente não sei o que está acontecendo. Depois, ela apita, apita, apita...É como a luz, e a geladeira que congela tudo, e o ar condicionado que até hoje não sei onde está o controle.


Bom, meu TN manager foi embora e eu comecei a de maneira obsessiva limpar e organizar tudo, pois não posso viver em um lugar assim. O armário da sala era uma bagunça, um milhão de copos espalhados e tudo com tudo. Então, eu tomei a liberdade de fazer uma gaveta para ferramentas e etc, outras para enfeites que não quero usar, outra para fotos, coisas de mulher e de criança, outra para chás e um lugar para a comida. Além, de lavar e enfileirar todos os copos, xícaras e etc..Sério, me sinto em outro lugar agora. Não é só limpar e organizar cada detalhe, é colocar minha energia em cada coisa e talvez, as coisas comecem a funcionar agora.


Mas não tive muito tempo para terminar as coisas, pois o meu TN Manager veio aqui de novo para nós jantarmos. Então eu fui com ele no “R.U.”. O R.U. da Itália é muito divertido, pois com um euro e meio à noite eles podem comer uma porção de fritas, escolher uma lata de refri, água, cerveja ou uma caixinha de vinho e mais uma pizza. E é uma pizza bem grande, maior que as congeladas como Sadia no Brasil. No almoço, eles sempre comem Pasta, com algum molho e carne. Sério, não vi muita gente a cima do peso. Então, penso que a genética deles é acostumada com esse tipo de alimentação, meu TN Manager disse que os Italianos comem isso há centenas de ano. So, ok. Comemos a pizza vegeteriana, que é espinafre, queijo, cebola, pimentão, funghi e óbvio tomate. Pois, toda pizza na Itália tem tomate, segundo meu TN manager se não tem tomate, não é uma pizza Italiana. Falei para ele sobre nossas pizzas, como de sorvete e strogonoff e óbvi oque ele achou estranho.


Na Universidade tem uma pizza que se chama “Americana” que é uma pizza com batata frita e bacon. No almoço, fomos a um lugar com fotos da Marlin Monroe e que passava Simpsons na TV. Isso me fez pensar que a influência americana não é só no Brasil, mas em todos os lugares do mundo. E que isso faz o mundo cada vez ser mais parecido, enquanto o que é mais interessante para mim são as diferenças culturas.


No caminho de volta falamos sobre mais diferenças entre ao países e sobre lugares como Auschewitz. Eu disse que era um lugar que eu não gostaria de ir, eu sei o que aconteceu lá sei o quanto é triste, mas acho que não preciso ir lá para saber o que aconteceu. Meu TN Manager disse que tinha ido lá que achava importante, para que isso não acontecesse de novo. Acho que talvez isso sirva para algumas pessoas, realmente, mas acho que eu não preciso passar por isso. É aquela velha coisa que eu penso, a gente pode aprender pelo amor ou pela dor. Mas tudo bem, pelo menos concordamos que era estupidez visitar Chernobyl.
Em casa continuei minhas limpezas, lavar roupas e etc. Consegui limpar toda a cozinha e a sala, incluindo os vidros, chão e até mesmo a pá e outras coisas que compõem o ambiente. Acho que aos poucos tudo vai se acomodando agora até que meus colegas de projeto cheguem :)

Perdida em Palermo...achei um Mc Donalds!

Domingo - 08 de janeiro


Algo como 9h da manhã alguém bate na minha porta, eu abro a porta e a pessoa faz uma cara de espanto e diz que errou o apartamento. Não é a primeira vez que isso acontece, então estou chegando a conclusão que talvez eles vendam algo nesse apartamento. Ou, realmente não sei porque isso acontece. Bom, voltei a dormir. Acordei tarde como sempre, pois Ibrahima veio aqui. Ele falou que um homem veio aqui de manhã para arrumar o meu chuveiro só que ele bateu e eu não acordei.

Achei muito estranho, pois eu abri a porta para essas duas outras pessoas, então eu ia ouvir se ele tocasse. Mas tudo bem, de novo. O que eu podia fazer e o que ele podia fazer? Dependia do dono do apartamento chamar alguém, então ele foi falar com o dono e ele me deu um balde de água quente. Ok, tomar banho de balde. Realmente, muito chique minha vida na Itália. Tá, estou sendo irônica, mas foi tranqüilo.


Ibrahima foi para casa e como meu TN manager ia chegar naquele dia em Palermo, ele ia vir aqui na minha casa às 20h. Só que eu queria ir ver o concerto da Orquestra Sinfônia, a princípio eu achei que ia ser na praça, só depois, entendi que ia ser no teatro mas com transmissão na praça. Era às 18h. Eu sai pelas quatro e meia e eu realmente sai confiante pensando que eu podia ir lá sozinha. Então, comecei a andar e guardar mentalmente cada esquina que eu dobrava. Olhei algumas lojas no caminho e comprei algo que eu realmente estava precisando: uma pantufa! Sim, eu não coloquei isso na mala e me fazia muita falta aqui!


Também procurava um lugar para comer, pois eu só tinha tomado café da manhã pelas 3h da tarde. Bom, como eu não via o lugar resolvi perguntar pela praça ( pois não sabia o nome da praça) e o homem que perguntei achou que era outra praça e falou que era logo em frente. Bom, não era a praça que eu procurava, mas era um lugar muito bonito, como não tinha comida, resolvi comer um sorvete. Bom, é difícil achar comida, mas tudo aqui é maravilhoso. O sorvete é inexplicavelmente bom. Sorvete mesmo, não doce. Tem gosto de morango e de cacau ( comi morango e chocolate). Tudo que eu comprei no super era ótimo também, iogurte, biscoitos integrais, queijos...
Continuando, depois do sorvete resolvi voltar e tcharanran: quando eu vi estava na praça certa. Eu estava realmente feliz de estar na praça certa, mas por outro lado um pouco confusa, pois eu não sabia como tinha chegado lá, já que só quis voltar de onde eu tinha vindo. Bom, achei melhor ficar lá olhando o concerto e depois pensar nisso. Era um concerto muito animado, com um monte de crianças vestidas de Mickey e Minnie cantando as músicas em italiano dos filmes da Disney, bons cantores e bons dançarinos também.


Quando estava quase na hora do meu TN Manager vir aqui, resolvi ir embora. Por sorte, não sei como, achei um dos meninos que trabalha na ONG que fui quinta, um Húngaro, então ele me explicou mais ou menos. Na verdade, eu estava bem longe, então ele me explicou a primeira parte. No meio da primeira parte achei algo muito conhecido: um Mc Donalds! Tem MC em SM e eu quase nunca como isso, só que eu não agüentava mais comer sanduíche. Então comprei um mc fish, com fritas e coca-cola para “portare”, fico muito feliz quando falo as coisas aqui e as pessoas me entedem! Depois, fui com o meu MC perguntando para outras pessoas. Finalmente, quando eu estava quase chegando em casa, encontrei meu TN manager, acho que ele ficou preocupado quando veio aqui e eu não estava.
Bom, então conheci meu TN Manager. Ou, a pessoa responsável por mim aqui na Itália. Como todas as outras pessoas que conheci aqui, achei ele uma pessoa muito legal. Ele fez intercâmbio para a Romênia pelo programa Erasmus e conhece um monte de lugares na Europa. Então, podemos trocar informações sobre Europa, Brasil e etc. Combinamos de ir visitar alguns lugares históricos na segunda-feira....

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Jogatinas na Itália


Agora que acho que já estou mais adaptada a Itália, tudo fica mais fácil. Ou quase isso. Bom, continuando os relatos dos meus primeiros dias na Itália, na sexta-feira à noite a Laura passou aqui para irmos a uma festa na casa de uma amiga dela. Eu não sabia bem como ia ser, mas depois ela me explicou que íamos a casa dessa amiga para jogar cartas, algo muito tradicional aqui no final das férias.

Um amigo dela passou aqui com ela e fomos para o lugar, era no centro da cidade. Saindo um pouco de onde eu moro, posso ver como Palermo é uma cidade linda. O lugar que eu moro que é um pouco, na verdade, bem confuso, mas depois eu falo disso. A menina morava em um prédio. Mas era uma construção muito antiga, porém muito bem conservada. Dentro da casa tudo era muito antigo, conservado e lindo. Cheio de detalhes, como coleções de louças e coisas assim. E a decoração de natal permanecia montada, cheia de bibelôs natalinos. Na primeira sala, lugar para colocar os casacos. Na segunda, uma grande mesa com muitas comidas, que na verdade eu nem vi direito, pois ninguém comeu. Embora, Laura e o amigo tivessem levado um panetone e vinho.

No centro da outra sala uma grande mesa para a jogatina. Era um jogo muito simples, o banco contra o resto da mesa e basicamente dependia da sorte de cada um na hora de tirar as cartas,todos apostaram quantias, mas no máximo 20 euros, a maioria das pessoas apostou 5 ou 10 euros. Foi divertido, os italianos são pessoas muito alegres e eu conseguia entender o que eles falavam, quando eles não falavam todos ao mesmo tempo. Aquela história de eles gesticularem o tempo todo é mentira. Não é tanto assim, aquele sinal com a mão que tanto imitam significa “ O que tu quer?", então eles não fazem isso o tempo todo. Realmente, às vezes eles falam alto e são bem expressivos, mas para nós brasileiros isso é comum eu acho.

Depois disso, jogamos outro jogo que é um pouco parecido com dorminhoco. Porém, se as pessoas morrem três vezes tem que sair do jogo e tentar convencer alguém que ainda está no jogo a ficar. Eu fiquei até a final no jogo e era muito engraçado eles tentando falar comigo, tentavam espanhol ou coisas como “caipirinha”. E também, pela sorte, falaram algo sobre a “macumba” vir do Brasil, já tinham me perguntado outra vez sobre magia negra no Brasil. Realmente, não sei de onde eles tiram esse tipo de informação. Sábado alguém me falou que era estranho eu ser do Brasil, porque eu era branca. Outra pessoa já tinha me falado também, sobre a maioria das pessoas serem negras no Brasil. Deve ser por causa do carnaval, penso eu.

Bom, mas continuando, cheguei na final do jogo mas perdi para um italiano. Perdi a chance de trazer uns 20 euros para casa. Tudo bem, foi uma noite muito divertida igual. É engraçado para mim, mas os estudantes não bebem tanto quantos os brasileiros, cada um lá tomou algo como dois copos de um bom vinho e tudo certo, pelas 2h30m já estávamos em casa.

Tinha esquecido de contar, mas minha luz caiu de novo. O problema é que toda vez que tento ligar o aquecedor da água do banheiro, cai tudo. Mesmo, desligando todas as outras coisas. O que eu ia fazer? Não consegui tomar banho. Quando voltamos, a Laura subiu aqui e conseguiu ligar as luzes de novo. Menos mal. Pois, eu tinha que iluminar tudo com a bateria do meu computador que ia acabar.

Para piorar as coisas, sim algo sempre acontece comigo, depois de ligar as luzes eu fui colocar meu computador para carregar e isso não funcionou. Eu não sabia se o problema era na entrada do PC, ou na bateria. Mas eu achava que o pino da entrada tinha ido para dentro. Então, eu teria que comprar uma bateria nova e testar. Porém, nesse momento, eu pensei que eu poderia tirar o negócio em volta da bateria que ela ia entrar dentro e talvez conectar. Sim, eu consegui tirar com um alicate, porque era borracha e isso funcionou. Me senti um gênio de conseguir resolver esse problema tecnológico sozinha. Então, fui dormir mega feliz, vendo clips em um canal que recentemente descobri que é Polonês, achei que era Alemão, pois eu não entendia nada. Mas quando meu TN Manager veio aqui e me perguntou se era Português eu notei que não era Alemão e raciocinei dois segundos e vi que era óbvio que era Polonês, pois o nome do canal é "Viva Polska". So, viva a polônia!

Ainda sem Luz na Itália...ou na Índia

Bom, acordei no sábado pelas 15h e o Ibrahima ia vir aqui às 16 para nós sairmos. Então, de novo, eu tentei tomar banho e tudo caiu. O que fazer? Tive que tomar banho um pouco frio. Tudo bem, não foi o fim do mundo e o dono do apartamento ia tentar mandar alguém aqui. O problema é que era sábado.

O Ibrahima veio aqui e saímos, fomos a alguns lugares tradicionais e muito bonitos daqui. Não é muito fácil tirar fotos, pois todos são grandiosos e minha máquina não é muito potente. O centro é muito lindo, construções antigas e bem conservadas e lojas modernas como a Zara, Louis Vuitton,Prada.. Está tudo em liquidação aqui e é impossível não comprar, pois é muito barato em comparação ao Brasil. Mas eu realmente não queria comprar muita coisa, porque não tenho onde levar. A primeira coisa que comprei foi uma camiseta para o meu irmão e depois um casaco de inverno.

Bom, depois já era tarde e nós precisávamos comer. Isso foi realmente um problema. Eu achei que a coisa que eu mais ia achar na Itália eram lugares com pizza e pasta. Mas é difícil achar algo como um restaurante por aqui e eles são muito caros, algo com mais de 20 euros uma refeição e óbvio que não funcionam o tempo todo. Mesmo assim, é realmente difícil ver um restaurante em algum lugar, são poucos. A maioria dos lugares vende “Gelato” ( sorvete) que eles comem mesmo no frio.Eles são realmente maravilhosos, perfeitos, indescritíveis. Se é morango, tem gosto de morango, se é chocolate, tem gosto de chocolate, não que nem no Brasil que é doce e não tem realmente o gosto das coisas. Bom, outra coisa que eles tem muito aqui são como cafés ou padarias com uma grande variedade de lindos e delicados doces.

Bom, eu gosto de doce, mas não tanto assim, então é difícil comer. Sim, é difícil comer na Itália. O Ibrahima é da Costa do Marfim, então ele como comida africana aqui em Balaro e tudo bem. Sim, o que mais tem em Balaro é comida da África e Índia. Eu gosto até, mas a maioria das coisas tem carne e é muito apimentado. Realmente, eu preciso comprar um gás e cozinhar e em algum dia especial ir a um desses restaurantes expansivos.

Bom, por sorte achei um lugar que vendia pizzas e comi um pedaço ( grande) de uma delas de queijo e champignon e estava bem boa. Mas acho que no Brasil temos pizzas tão boas quanto aqui. Depois disso, vim para casa, eu realmente precisava lavar meu cabelo. Então, Ibrahima falou com o dono do apartamento ( ele só fala francês), mas ele não podia fazer nada por enquanto e um homem ia vir domingo de manhã arrumar as coisas. Então, ele me deu um balde de água quente da casa dele ( :l). Eu realmente, estava um pouco indignada com a situação no início, mas depois me conformei. Como eu já tinha tomado um rápido banho ( frio :T), lavei meu cabelo com canecas na pia ( :l). Uma nova experiência na minha vida, mas tudo bem.

Bom, pelas 10 horas um monte de gente apareceu no meu apartamento, eles eram da aiesec e tínhamos um encontro em um bar perto da minha casa. Segundo eles, lá a bebida é muito barata. É possível comprar uma garrafa de “Bomba” algo como conhaque, com gym, rum e outras bebidas por 5 euros. Não é tão ruim, é um pouco doce. Lá eu conheci outras pessoas da AIESEC, mas nem todas falam inglês. Eles me falaram que o bairro em que eu vivo as casas destruídas são da segunda guerra mundial e que não há muito investimento aqui , além disso, brincaram que é como na Índia. Realmente, senti isso. É um lugar com muitas feiras, então fica muito lixo pelo chão e tem animais, carros, motos, bicicletas, tudo. O trânsito em geral aqui é confuso, mais uma vez eles me falaram que tenho que ser confiante para atravessar a rua, pois se eu for confiante os carros vão parar, se eu tiver medo nunca vou conseguir atravessar. É, "viva a faixa não existe aqui. Falamos sobre o Brasil, sobre a Itália, para variar, me ensinaram algumas expressões “feias”.

Depois, fomos comer algo, em um lugar como aquelas grandes padarias que eu já falei. Comi algo que é como um sanduíche, só que muito melhor, pois o pão aqui é muito bom, nesse caso parece pão sírio. De novo, pelas 2h30m eu já estava em casa. Realmente, pelo menos até agora acho que o pessoal não faz festa como no Brasil aqui. Mas é ótimo estar aqui de qualquer maneira.

Beijos da Itália :)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Inglês, Francês, Italiano, Espanhol, Português...

Bom, hoje foi um dia interessante, mas um pouco triste também. Bom, de manhã viemos a Palermo para fazer a injeção para Malasia. Bom, como tudo em Itália, eles falaram muito antes disso e em parte pouca disso minha amiga não precisou pagar por isso. Ahh, antes disso, acordamos 7h, realmente muito cedo, ainda mais se eu pensar que no Brasil eram 4h. Rosalinda me deu alguns cartões da Índia, então eu dei a ela uma lembrança do Brasil que comprei no aeroporto do Rio, é um ímãn do Brasil com algumas imagens típicas, como índios e etc. Mas é bem bonitinha! Eu sabia uqe ela ia gostar, pois ela falou que gostava dessas coisas quando estávamos em Monreale. Ela realmente gostou e eu também gostei dos meus cartões da Índia. Bom, dei tchau para a mãe dela e viemos para cá. Uma coisa estranha para mim é que “ciao” em italiano , ou como se diz no Brasil “tchau” , é oi aqui, isso me faz me confundir um pouco. Outra coisa diferente, é que os homens se dão beijos para cumprimentar, eu não consigo imaginar os brasileiros fazendo isso.

Fizemos a vacina e fomos a casa Ibrahima. Então, eles falaram algumas coisa em Italiano e Rosalinda deu tchau e foi embora. Bom, eu esqueci de contar, mas eles brigaram de se xingar e gritar no telefone, mas acho que isso é normal aqui. Bom, então eu e Ibrahima comemos algo no centro. Uma comida típica, mas segundo ele foi muito caro, eles nos cobraram dois euros pela “copertura”, ou seja, pela guardanapo talheres e etc da mesa. Eu já tinha lido que no meu livro que eles cobram em alguns lugares mais caro para quem está sentado do que em pé, mas igual é muito estranho para mim ter que pagar por isso, mas tudo bem. A comida estava maravilhosa, era berenjiela. Berinjela um pouco agridoce. Berinjela com algo como molho de tomate, pão, água, berinjela recheada com um tipo de queijo e berinjela frita. Bom, eu amo berinjela. Então, tranqüilo. Bom, conheci o local onde eu vou viver, é muito perto de onde Ibrahima mora e da universidade. Mas os universitários estão de férias e só voltam segunda para as aulas. Inclusive meu “buddy”. Fiquei muito triste quando Ibrahima me falou isso, porque eu não consigo falar muito bem com ele, como ele não fala inglês bem. E meu buddy Giovani, fala inglês. Fiquei com muito medo de ficar sozinha.


Bom, o bairro que eu vivo é como um bairro de estrangeiro. O local onde o Ibrahima mora é uma pensão bem rigorosa para estudantes, eu conheci algumas africanas lá, a maioria deles fala francês. Ahhh, Ibrahima é da Costa do Marfim. Yes, o mundo mora aqui onde eu vivo. O nome do lucar é “Baloro” mas ele me falou que não é perigoso. Mas igual eu tenho um pouco de medo, eu durmo sozinha em Santa Maria, mas aqui é um lugar estranho. É estranho dormir sozinha em um lugar estranhho. Mas aqui estou eu, confiando, aceitando e agradecendo! E tenho certeza que tudo vai dar certo.



Depois, vou colocar fotos da minha casa. Tem um grande quarto, com uma grande cama, e uma TV que só pega canais italianos, e depois tem uma sala com um sofá grande preto, que é onde estou agora, eu acho melhor dormir aqui, tem uma TV que pega canais do mundo inteiro, inclusive da Igreja da EU gosto de olhar, pois passa o noticiário do Brasil, no resto do tempo eu gosto de ouvir música, pois canso de falar tantas diferentes línguas. Sério, queria muito ter alguém para falar em Português.


Bom, continuando, viemos para o apartamento, eu gostei, mas fiquei com um pouco de medo, pois como eu já contei, Palermo é uma cidade grande, e aqui parece um lugar mais pobre. Mas eles disseram que era tranqüilo, há muitos bares aqui perto de estudantes, então tem muito barulho de noite, por isso acho que vou dormir com a musica da TV baixa. Bom, quando ele me falou eu ia ficar aqui eu quase chorei, pois falei era eu achava melhor ficar na casa de Rosalinda, não sei me sinto mais segura lá e queria voltar. Ele me disse algo que ela era só para resolver o problema, mas que agora eu tinha uma casa, e que se eu chegasse e tivesse uma casa já eu ia viver aqui. Eu sei que ia ser uma forma de adiar o problema realmente e ter uma casa me dá uma certa independência, mas eu confesso que ao mesmo tempo eu queria a segurança de ter uma família. E como Rosalinda está formada em economia, mas vai começar a trabalhar em fevereiro poderíamos ir a alguns lugares. Mas aí entendi o real problema, ele não confiava nela totalmente por alguns motivos, para me deixar com ela.Então, tudo bem. O que eu poderia fazer?

Bom, então para melhorar as coisas ele trouxe o cartão da internet para eu entrar, nossa, se eu tivesse internet, tudo seria mais fácil, então acho que vou pagar por isso, é melhor para mim. Mas amanhã é feriado, então não sei quando vou conseguir issso, acho que vou pedir para ele de novo. Depois, ele falou com uma ex namorada dele e ela veio aqui às 16h e eu fui com ela na ONG que ela trabalha. É uma ONG aqui no local onde eu moro para pessoas de fora da Europa que vem para a Itália. Muita gente da África, Países Árabes e Índia. Eles têm aulas de italiano, lugar para tomar banho, um bazar com roupas usadas, mas em bom estado, médico e advogado. Além disso, tem alguns quartos com pessoas como refugiados políticos. É um lugar muito interessante com pessoas de todas as partes e eu conheci outros três voluntários lá. Um de Ganah na África, um da Hungria e um da França.

Eu mostrei o site da ONG onde ia trabalhar para Laura, que é a menina, e o menino na Ganah não gostou muito das fotos, segundo ele, as pessaos pensam que a África é daquele jeito, mas aquilo são só vilarejos e comunidades, as cidades são diferentes. Então ele ficou no Google maps mostrando a sua cidade,que é muito bonita alias. O menino na Hungria falou um pouco mal do pessoal de Budapeste e o menino da França quando eu falei sobre o Brasil sabia sobre a Usina de Belo Monte. Achei muito interesante, muita gente no Brasil não sabe disso, mas na França eles sabem. É incrível. Esqueci de falar, quando falo com Laura falo em espanhol, porque ela sabe espanhol, mas não italiano. É muito estranho quando eu quero falar italiano sai em espanhol e quando eu quero falar em espanhol sai inglês, pois parece que meu cérebo está treinando para isso. Mas tudo bem, a gente dá um jeito. E a gente consegue se comunicar, pois existe muita coisa na comunicação humana além de falar.

Eu não contei outra coisa, quando sai de casa eu puxei a porta e não sabia que isso trancava a porta. Então, a chave da minha nova casa estava trancada dentro de casa. Tivemos que chamar um francês vizinho para resolver isso e eles subiram na minha sacada para abrir, pq eu moro no segundo andar. Quando eu vi tinham quatro pessoas falando em francês na minha casa e tentando se comunicar comigo, explicando coisas sobre os canais da TV e etc. Aprendi algumas palavras em francês, que eu já esqueci. É difícil absorver tanta coisa. E são só dois dias.
Bom, depois do trabalho a Laura veio aqui e foi comigo no supermercado. A gente combinou de sair. So, depois de tudo isso, eu tomei um banho na minha casa. Tava quente, tudo ok. E eu estava muito feliz com as coisas que comprei, comida é barato aqui. Mas eu preciso comprar coisas de casa como sabão e etc. Ahh, eu tenho uma máquina de lavar! Ebaa!
Antes do meu banho, levei um baita susto. Achei que eu tinha perdido 200 euros, que não estavam onde eu achei que estava, só achei depois do banho e quase chorei de novo, ainda não chorei na verdade, mas quase iuhiuh. Mas estou tentando me manter calma, confiar, agradecer, pensar que vai dar tudo certo. Como agora, esta ventando muito, mas vou tentar dormir tranquilamente, amanhã é feriado aqui e vamos olhar uma apresentação cultural.
Ibrahima esteve aqui antes para me dizer que Laura não podia sair, pois teve um problema em seu carro. Por mim , tudo bem. Eu preciso dormir realmente. Amanhã vou dormir!! Bom, mas fomos tomar uma cerveja. Mais uma surpresa. Vou ser a líder do meu time, falamos sobre o projeto, como arrecadar os fundos para a ONG. É realmente um grande desafio, mas era justamente isso que eu queria no meu intercâmbio, então aqui estamos. Acho que pode ser mais fácil falando com o outro menino da AIESEC Santa Maria que também vai fazer esse projeto em Veneza e outras pessoas que vão fazer o mesmo projeto em outras cidades da AIESEC Itália! Eu realmente quero conseguir fazer isso. Espero que tudo corra bem, estou a espera dos outros internos para viver comigo e fazer isso. Um from Twain, outro do Egito, outro China! Sim, vou conhecer o mundo inteiro na Itália. Afinal, o mundo é feito de pessoas e elas são muito interessantes. Além disso, achei engraçado que a gente estava no bar e pessoas fumando maconha como se fosse uma coisa liberada, parece que a maconha tem a ver com a máfia e máfia tem a ver com a política, então é assim mesmo.

Venta muiito! Boa noite, obrigada por tudo deus e que eu consiga dormir tranqüila na primeira noite nesse apartamento. Obrigada! Amanhã vou colocar internet ou pedir por isso para ficar mais tranqüila!

=)

Escrevi esse texto ontem de noite, mas foi tudo tranquilo :) Hoje só choveu, então não pude sair de casa. De manhã Laura veio aqui, nós íamos ir em uma missa multicultural, pois hoje é feriado religioso, mas já estava tarde, então acabei continuando a dormir. A igreja (romana) é realmente muito forte aqui e as pessoas acreditam muito nisso.

À tarde, acabou a luz. Pensei que era por causa da chuva, mas depois vi que o meu vizinho tinha luz, quando o Ibrahima chegou com amigos. Eles arrumaram isso e disseram para eu não usar muitos aparalhos de energia juntos. Ok :) Para variar eram várias pessoas falando Francês na minha casa e eu olhando sem entender nada. Depois, uma amiga dele veio aqui e trouxe comid africana que comprou aqui perto. Ela também é da Costa do Marfim. Era um peixe com molho muiito apimentado e outra coisa que eu não sei o nome, mas parecia pamonha. Ela falou que é comida tradicional de Ganah. Eu comi com talheres, mas ela disse que eles comiam com a mão e comeu com a mão. Acho que em alguns lugares na África eles comem com a mão, sem pratos e etc. Pelo menos um menino que esteve no Senegal me disse isso. Estava bem boa a comida :) Agora de noite vou sair com Laura. Então, tchau :)






Cama grande no quarto






Minha TV com 300 canais e a RIT TV :)

The Second Day in Italy!

Bom, no outro dia eu acordei pela uma da tarde, não sei como, pois eu precisava dormir umas 24 horas. Mas achei chato não acordar para almoçar. Bom, fomos almoçar. O almoço era pasta. Eu e ela comemos massa ao pesto com molho da mãe dela. Como o pai dela não gosta de pesto, comeu massa com molho de tomate. O pesto estava maravilhoso! Eles serviram um prato enorme por mim, eu tentei, mas não consegui comer tudo. O almoço era acompanhado por água e vinho. Depois, comemos laranjas. A rosalinha me falou que o pai dela tinha uma terra e plantava, era muito engraçado porque ele queria me dizer que tinha feitos todas as coisas então ele apontava para as laranjas e apontava para as mãos como quem diz “ isto, eu quem fiz” e também dizia que era “biologic” o que eu acho que quer dizer orgânico. Ah, antes da pasta tinha queijo molhado do azeite de oliva com pão. Eu acho que essa é a verdadeira e tracional comida italiana e eu adoro isso! O pai da Rosalinda tem muito cara de italiano tradicional, ta bom, ele é um italiano, então isso é óbvio, mas na verdade ele parece com aquele ator da globo que sempre faz os italianos nas novelas da Itália, não lembro o nome. Eu achei eles muito legais, tanto a mãe dela quanto o pai e me senti realmente em casa. Isso era muito bom para mim. Sem falar que a comida era maravilhosa.


Bom, depois disso a gente decidiu ir para uma cidade perto de San Joseph “ Montreal”. Era muito lindo lá, com costruções muitos antigas, como de 1500 atrás, quando o Brasil nem existia ainda. Eu só pensava “ Meu deus, como eles conseguiram fazer isso?” Depois, fomos uma exposição na “comuna” da cidade, ou seja, na prefeitura. A princípio nós tínhamos que pagar por isso, mas não pagamos. Acho que se tu conversa aqui na Itália, é possível resolver qualquer coisa. Bom, depois voltamos para a casa. Conversamos sobre muitas coisas. Eu gosto de Rosalinda, ela tem a mente aberta, já fez intercâmbio na Tunisa e na India, e ela fala inglês bem,então conseguimos nos comunicar bem. Falamos sobre política, economia internacional, Brasil, Belomonte, favelas, tráficos, trabalho, relacionamento, enfim, sobre tudo.

Bom, chegando em casa descobrimos que eu poderia ir já no outro dia para a minha verdadeira acomodação. Um apartamento com os outros traines. Mas que por enquanto só eu ia morar, como eu ia morar sozinha Rosalinda falou que podia ficar lá até sábado ou domingo. Eu achei uma boa idéia, pq não é muito bom estar sozinho. Eu sei que por um lado é melhor ter meu próprio lugar, posso fazer compras, estar sozinha um pouco, mas sei lá, tenho um pouco de medo também. Bom, isso gerou um problema maior do que eu podia pensar, pois o pessoal da aiesec não queria de jeito nenhum que isso acontecesse, pois era contra as “regras” eu não podia estar na casa de uma “alumni” da aiesec, eu tinha que estar com as pessoas do comitê. Para mim era uma coisa normal, mas para eles eram um problema. O presidente não podia saber que eu estava em outro lugar, eu tinha que estar na minha própria acomodação. Ok. Eu não podia fazer nada sobre isso, então na quinta de manhã eu ia para Palermo para minha nova casa.


Bom, de noite nós olhamos um pouco de um filme de suspense com a família da Rosalinda. Primeiro, fizemos um chá de cinamon da Índia. E Depois na janta tinha um tipo de molho que eles fazem de pimentão com tomates, berinjela com molho de tomate e queijo e uma “fritata” que é um omelete com legumas. Estavas tudo maravilhoso de novo. Junto com água, pão e vinho, claro! Depois, saímos com uns amigos dela, para jogar sinuca e beber algo. Um era estudante de medicina e trabalhava no mercado imobilário, outro carpinteiro e o outro estudante de computação. Para variar, como fazem no Brasil quando tem algum intercambistas, ficamos falando sobre como eram os palavrões e coisas como “ gay” em nossos países eles ficaram se xingando de “puto” e “gay”, também ensinei palavras argentinas para eles como “boludo” e “maricon”. Foi bem divertido. Eles pegaram meu livro de italiano e acharam outras traduções que podiam ser xingamentos como “lata de lixo”. auhsuishusah Outra coisa engraçada foi o menino colocando Santa Maria no google maps, é muito estranho ver alguém na Itália olhando para o celular a aparecem cidades como "Agudo" e "São Sepé".
É engraçado, mas já ouvi algumas músicas aqui na Itália do Brasil. Principalmente, Michel Teló “ Ai se eu te pego”, mas também ouvi “ o morro do dendê é ruim de invadir” no rádio e vi garota de Ipanema na TV. EU acho muito engrado, pois são poucas músicas italianas que escutamos no Brasil. A música é ruim, mas de certa forma me faz me sentir em casa, então tudo bem.

Bom, depois chegamos em casa e fomos dormir. No outro dia precisávamos ir a Palermo para ela fazer uma injeção por causa da viagem a Índia e eu precisava conhecer minha casa nova.

Finalmente na Itália :)

Ok, por onde começar? Preciso falar português um pouco, ou escrever! E preciso dormir, mas talvez a ex namorada do meu TN manager ( a pessoa que que me casou com a vaga de intercâmbio) venha aqui para andarmos um pouco e eu conhecer os lugares. Na verdade, tenho sono, acordei as 7 da manhã e foi um dia louco. Na verdade, em apenas dois dias acho que vive aqui emoções para um mês.


Bom, vamos começar pelo “começo”, ou melhor, pelo final da grande viagem. Eu escrevi a última vez quando estava no aeroporto no Rio de Janeiro, depois de lá acho que foi tudo tranqüilo. Fiquei lá passando o tempo, comi alguma coisa, como a internet era uma fortuna, redescobri coisas que desde da minha infância eu não usava, como o jogo paciência no computador, e também, descobri que eu meu telefone que é bem simples, tinha o jogo “snake” que eu jogava muito com uns 13 anos, fiquei jogando snake e outro jogo de carros até o horário do vôo. Os vôos foram muito cansativos e serviram só lanches, além disso estava muito frio no avião.


Por outro lado,eu tenho que agradecer pois foi tudo muito tranqüilo chegando em Portugal, na imigração, eu achei que eles iam fazer um milhão de perguntas, mas só me perguntaram o que eu estava fazendo na Itália, falei que era um intercâmbio e que ia ficar dois meses, então eles não disseram mais nada. Acho que só tem problema se tu tiveres só a passagem de ida. Bom, nos aeroportos estava tudo bem, por sorte. Na ida para Lisboa tinha um menino no avião falando com um carioca que falava 30 palavrões em casa frase, como todo o carioca, como eles estavam perto consegui ouvir um pouco da conversa e descobri que o menino jogava futsal na Europa.


Quando chegamos em Roma, eles mudaram o local de embarque do meu vôo, só que eu estava tão cansada que eu cheguei no lugar não olhei para os vôos na TV, só sentei e fiquei ali. Quando eu entrei no local, esse menino estava saindo. Então, ele entrou lá de novo e perguntou se eu estava indo para Roma, eu disse que sim e ele falou que o embarque tinha mudado de local!Nossa, é muito bom ter alguém para ajudar nesses casos. Depois, nos encontramos de novo no aeroporto em Roma e mais uma vez o local de embarque que estava escrito no meu ticket não era o certo, então ele me mostrou onde olhar para poder ir para o lugar certo! Sério, tenho que agradece muito a ele ou quem fez o favor de colocar uma pessoa assim na minha viagem! Eu estava muito preocupada, se tudo ia der certo e coisas assim! Assim, pude ficar mais tranquila.


Bom, conversamos um pouco também. Ele era mineiro e odiava morar na Itália. Era para ele ter voltado para treinar no ano novo, mas ele cancelou a passagem pagou a diferença e foi só dia 1. Entendo isso, deve ser horrível passar o ano novo sozinho em um avião e deve ser mais horrível estar tão longe da família, sem amigos e etc. Eu gosto daqui,mas é estranho mesmo, não trocaria pelo Brasil para viver eu acho.

Óbvio que ele riu da minha empreitada de 24 horas no aeroporto, falou que era muita vontade de ir para a Itália e que eu merecia ganhar muito dinheiro! Ok, eu acho que eu mereço isso e espero que aconteça iuhsahusuah! Tá, mas eu realmente queria muito fazer esse intercâmbio, então espero que tudo valha à pena! Esses dois primeiros dias foram muito confusos, muito feliz às vezes e muito triste por outro lado. Acho que o intercâmbio torna as coisas muito intensas, é como se passasse dois meses em dois dias! Sei lá, fazer turismo é ótimo, conhecer cidade, mas fazer um intercâmbio é estar dentro de uma realidade completamente diferente. No meu caso, não há nenhuma outra pessoa do Brasil aqui, eu não tenho internet, nem telefone. O que eu penso que posso fazer é pedir por segurança e tudo de bom em meu intercâmbio, confiar e aceitar!


Eu estava bem preocupada quando desci do aeroporto: “E se não tiver ninguém me esperando? O que eu vou fazer?” Eu tinha só um telefone de uma pessoa daqui e do comitê local, mas por sorte quando cheguei lá duas pessoas da aiesec estavam lá para me receber, meu “buddy” ou “TN manager” ( Giovani) e um amigo da aiesec. Isso me deixou muito feliz. Depois, fomos encontrar o menino que me “casou” ( Ibrahima) no intercâmbio e ele tava com alguns amigos. Eles perguntaram se eu queria beber ou comer algo, depois de 48 de viagem eu estava muito cansada, mas pensei que era um boa idéia. Eu merecia uma cerveja.


Acho que fiquei meio bêbada com a cerveja e ficou difícil conversar com o menino que me “casou” com a vaga aqui, o ibrahima, porque ele não fala inglês muito bem e eu não consigo entender tudo em italiano, então nossas conversar são um pouco confusas e engraçadas. But, it's ok. É estranho escrever em português, pois tenho falado quase todo tempo em inglês e não sei se consigo escrever como antes, mas eu vou tentar. Bom, no caminho me falaram que tinham um problema com minha acomodação. Ou seja, não tinham achado isso ainda para mim. Então eu ia ficar em uma host por enquanto.


A menina se chamava Rosalinda e estava com Ibrama, então depois do sanduíche e da cerveja fomos para a casa dela, que fica a cerca de 30m de Palermo em uma pequena cidade “ San Josepeh”. A casa era bem simples, na verdade, acho que toda essa parte da Europa é mais simples que o norte. Eu não sei bem como descrever, acho que não tem nada parecido no Brasil. São muitos prédios antigos e pequenas ruas. Mas é tudo um pouco pobre, Palermo é bem sujo e desorganizado e o trânsito é caótico , como em toda lugar grande. Well, “ Welcome to Palermo”. Isso é ótimo para parar de pensar que tudo na Europa é diferente, pois temos coisa muito parecidas com o Brasil aqui. É difícil acreditar, mas a máfia ainda existe no Sul da Itália. E pelo que eu pude notar eles não são muito preocupados com questões ambientais como eu pensei que fossem. Acho que os italianos são especialmente “loucos”.


Bom, a casa dela era muito simples, mas aconchegante e eu me senti muito bem lá. Por ter uma casa, uma cama arrumada para mim. Depois de entrar na internet, para avisar minha mãe que estava tudo bem, fui tomar um banho. Sério, foi o melhor banho da minha vida.Embora, primeiro tenha sido estranho. Eu entrei no banheiro e fiquei procurando um chuveiro e só tinha uma banheira, só que na banheira tinha uma ducha de inox. Acabei chegando a lógica conclusão que eles tomavam banho com aquilo. Primeiro, tentei fazer isso em pé, mas notei que ia água para todos lugares, então pensei que a melhor maneira era deitada na banheiro mesmo. Nossa, eu realmente precisava de um banho e a água estava quente e maravilhosa. Foi um alívio tirar a roupa da viagem. E a Rosalinda colocou um arquecedor no banheiro, então estava tudo perfeito. Depois disso eu coloquei meu pijama e fui dormir.


É estranho, mas depois de tantas horas eu não conseguia dormir. Eu não sei, estava tudo bem. Mas é estranho estar em outro país em uma casa que tu não conhece, sem saber o que vai acontecer depois. Eu queria conhecer o lugar que eu ia morar, mas tinha um pouco de medo, pois os outros intercambistas só chegam na próxima semana.Então pensei em todos essas milhões de coisas e outras tantas que são possíveis, mas acabei dormindo, também eu estava realmente cansada!
Finish of my first Day in ITaly :)

After more from 24 hours of travel...




Montei meu acampamento, de novo. Perto de uma tomada, para carregar meu celular, já que a bateria ameaçava acabar e para não ter problemas de não ter bateria do computador também. Depois de mais de 24h desde que essa indiada começou, posso dizer que estou cansada,eu acho, mas não consigo medir o quanto.



Depois do choro do último post, finalmente consegui dormir. Me superei e consegui atingir minha meta pessoal: dormir pelo menos 8h no aeroporto. Coloquei os pés sobre a mala, para ter certeza que ela não sumiria durante o meu sono, deitei a cabeça na mochila, coloquei a toalha do grêmio, que seria minha toalha de banho na viagem ( agora já não sei, já que estou sentada em cima dela nesse exato instante) em cima da mochila e dormi mais ou menos uma hora. Depois, acordei e resolvi colocar a mala em cima do banco, como são somente dois espaços não sobrou muito coisa, mas logo se revelou uma boa idéia, pois pude utilizar a mala como travesseiro, colocar a mochila atrás da minha perna ( estava deitada de lado) e a bolsa na frente. Pronto, mais uma ou duras horas de sono. A arte de dormir em aeroportos de forma quente e “confortável”. Principalmente quente, pois parece que eu sinto mais frio que as pessoas normais e é claro que um casaco acabou indo por cima de mim.


Durante a noite e o começo da manhã fui alternando, acordei a quase exatas cada uma hora que passavam. Para não cansar, fazia a mochila de travesseiro e a mala de escoro para os pés, ou vice-versa, alternando a cada acordada. Sei que escrever isso não é muito útil, tendo em vista que cada pessoa tem que achar seu próprio ponto de conforto. Mas para mim foi uma boa técnica. Pelas 7 e meia ( imagino eu) acordei e tinha um moço simpático no banco ao lado que sorriu para mim. Quando H. Stern abriu, que ficava na frente do meu banco, ele entrou nela e conclui que ele era o segurança da loja. Isso me deixou ainda mais segura para dormir. Depois que acordei pelas 11h30m, durante o dia alterei pensar no que eu comia, fazer turismo pelo aeroporto com estudar italiano. Optei pelo benefício do Buffet por quilo, o mais caro tinha sushi, mas tive que escolher o outro, pois eu queria mesmo era comer arroz e feijão, cardápio que não sei quando irei ver novamente. No meio da tarde comi uns sushis do outro Buffet ( o que acabou sendo mais barato que em um loja qualquer) , mais tarde uma barrinha de cereal e depois me empanturrei de frituras. Acho que não estou comendo de maneira ansiosa por nervosismo pela viagem, mas porque não tenho nada para fazer no aeroporto. :l


Meu pai está me ligando, de novo.Sério, eu me considero uma pessoa calma e tenho sido mais calmas nos últimos amos do que no resto da vida. Mas considero que é nosso dever ficar indignado e reclamar de coisas mal feitas. Por isso meu pai está me ligando. O fato de eu ter ficado braba reclamando do meu starcash no telefone assustou a minha mãe, eu acho. Desde isso, ela já me ligou três vezes para me “acalmar” e meu pai também deve estar me ligando por isso. Eu estou calma juro, mas fiquei realmente braba que vou embarcar hoje e meu cartão ainda não está funcionando.


Depositei o dinheiro para o banco passar para ele na quarta, liguei do banco para avisar uma funcionária da agência de viagens o valor que eu ia depositar. Foi informado outro valor para o banco, na quinta fui lá depositei a diferença scaneiei os comprovantes, me falaram que estava tudo certo. E até agora, nada. Me indigna o fato de eu não saber onde está ou o que fizeram com meu dinheiro até agora. Duvido que não tenha entrado, até porque se não eles não saberiam que o que eu depositei não batia com o informado e eu mandei os comprovantes. Fico puta de verdade. Se estivesse lá ia gritar até resolverem para mim, mas não estou. Por isso estou calma, aqui. Mas de qualquer maneira reclamei no telefone. Deveria ter fingido que estava tudo bem para minha mãe não ficar nervosa. Devo fazer isso quando falar com meu pai também. Mas me irrita estar gastando telefone e ter pago uma fortuna de internet por causa desse cartão. Talvez eu esteja mal humorada depois de tanto tempo no aeroporto, cansada. Enfim, de qualquer maneira é inegável que esse star cash é uma porcaria. E que o tédio me fez comer demais. No more food today. Just Italian Words. But I have more four hours formy plane :\ four hours to sleep more and more...goodbye ;)


2-01-2012 19:58m

O começo de tudo...Ou o que eu aprendi no meu primeiro dia de viagem!

eu estava sem internet, mas escrevi tudo, então vou colocar aqui para ler e recordar um dia :)



"Me viro para um lado, me viro para o outro. Não tem jeito, cadeiras de aeroporto nunca serão confortáveis. Quer dizer, podem até ser. Se o caso for o casal de pombos dormindo a minha direita de conchinha no aeroporto! Sim, de conchinha nas cadeiras do aeroporto. Ou seja, contando moedas na frente de pobres, já que esse infelizmente não é o meu caso. Pelo menos, já são quase 3h da manhã, embora isso não seja nem 12 horas, desde que comecei minha jornada. Tendo em vista que, essa indiada vai demorar ao todo mais de 48, é apenas o começo. Logo, preciso achar uma tomada para o meu computador, o que ainda não achei nas minhas buscas pelo aeroporto.


Nunca tive tanta paciência de esperar todas as pessoas passarem para descer do avião. Sim, qualquer tempo ocupada era menos tempo entediada aqui, ou melhor, tentando dormir no banco do aeroporto. Por ironia do destino, cheguei na frente da esteira e minha mala chegou. Pensar que uma mesma esteira já me fez perder a possibilidade de pegar o ônibus e ir embora de Porto Alegre para Santa Maria. O que me fez dormir em duas poltronas que eu juntei na casa de uma amiga em uma noite de frio,dormindo com um casacão por cima. O que eu achei que não era confortável, mas era bem melhor que isso aqui. Enquanto, meu buddy dormia em um sofá ao lado com um cobertor.Isso me faz pensar que se o mundo é justo meu buddy da Itália vai ser muito legal comigo. Mas , mesmo se ele estiver apenas me esperando na rodoviária já vai ser grande coisa para mim. De certa forma, é bom saber que alguém se preocupa contigo.


Já “dormi” outras duas vezes em aeroportos esse ano, uma vez indo para o Recife no de Porto Alegre e outra esperando o transporte para a CONADE em SP. Mas nunca dormi assim sozinha. Sei que o aeroporto é um lugar confiável,mas só de pensar em levarem minha pasta super organizada com saquinhos plásticos transparentes com cada documento que viabiliza minha viagem, me dá vontade de chorar. Então, em termos psicológicos não é tão fácil também dormir em um aeroporto. Mas eu vou ter que dormir. Não são 3h e meu avião só parte amanhã à noite. Dormindo é mais fácil de o tempo passar e esse aeroporto ficar cheio, o que me agrada. Pois cada pessoa que eu vejo é um entretenimento. Fico horas pensando para onde ela está indo, observando as malas, as características, tentando desvendar sua vida. Uma brincadeira que nunca terá sua verdade revelada, mas que me faz notar o quanto gosto disso, das diferenças entre os seres humanos, suas motivações, histórias de vida...


O título do post é porque pensei em escrever sobre a minha viagem mostrando cada aprendizado dela. Pois esse é no fundo o principal motivo, aprendizagem e crescimento. Então, começando a viagem. No primeiro dia desses 60 dias posso dizer que dormir em um aeroporto do lado de casais dormindo de conchinha me fez aprender a dar um valor imenso para uma cama, quando eu voltar a ter uma. Também, estar sozinha não é ruim, mas me faz dar valor as companhias. É ótimo estar sozinho e uma das coisas que eu quero encontrar nessa viagem e sempre na vida é a mim mesma. E sei que isso só é possível de certa maneira individualmente. Mas é ótimo quando as pessoas somam na vida da gente. Quando o abraço delas nos envolve e faz até uma cadeira de aeroporto não parecer tão ruim assim. Além, da segurança, não de não estar sozinho, pois estar junto por segurança é triste, mas no meu caso dormir tranqüilo, sem tanta paranóia com roubos.


Além de tudo isso, não achei que diria isso tão cedo assim, mas já deu saudades.Da minha cama, da minha cachorra e da minha gata que sempre acompanham minhas noites de sono e... de dormir de conchinha. Bem, amanhã é um novo dia, vou tentar dormir que assim faltará menos para a viagem e sei que esse desconforto passageiro vai virar expectativa e curiosidade com o meu novo lar e amanhã pelo menos poderei dormir no avião..." 01-01-12 02:57