quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Se era amor, não era;

Será que era amor?
Será que foi amor?
Como saber...
E as cartas, tantas delas;
E os textos; tantos deles;
E agora?
Vazio.
Será?

E as músicas?
E a ansiosidade?
E os choros?

Isso que é amor?

Que vai e volta?
Que parece que nunca passa
Mas agora passou?
E se era, porque não é mais?
Se era, amor.

Ou era ego
Talvez ilusão
O que que é o amor mesmo?

E tantos anos
tantos estranhamentos
tantos opostos
tantos desentendimentos
Foi só preguiça de dar certo?
Ou não era, amor.

Essa moça tá diferente...


" E que em qualquer lugar onde estivessem se lembrassem sempre de que o passado era mentira, que a memória não tinha caminhos de regresso, que toda primavera antiga era irrecuperável e do que o amor mais desatinado e tenaz não passava de uma verdade efêmera'' ( Gabriel García Marquez)

Talvez seja orgulho. Talvez seja egoísmo. Talvez seja falta de vontade. Talvez seja "estranho". Talvez, o tempo passou. Talvez seja orgulho. Talvez eu simplesmente não quero. Talvez seja orgulho. Talvez, seja confusão.

Santa Cruz me deixa confusa. Em todos os sentidos. Eu adoro vir para cá, adoro o clima de casa. Adoro ver os amigos antigos, adoro as ruas tranquilas e cheias de árvores. Mas, ouvir as histórias de Santa Cruz me deixa deprimida. De verdade. Cinco anos passaram e são sempre as mesmas pessoas, fazendo as mesmas coisas, se trocando, se desentendo por causa de guri ou "pq não foi com a cara" e etc. Mas, o que mais me entristece, é que isso parece não ser só Santa Cruz, é uma condição natural do ser humano que se potencializa em cidades nas quais "todo mundo" se conhece. Principalmente, nas quais as pessoas são extremamente competitivas, tenho até vergonha de dizer isso, mas é a verdade, competitivas por bens materiais. Meninas da minha idade, casadas por dinheiro. Tudo bem, isso tem em tudo que é lugar do mundo, mas é estranho quando é alguém da mesma idade que tu, com a qual te confundiam quando era pequena,dá uma sensação de "poderia ser eu". Mas criticar tudo isso me parece me fazer mais idiota ainda que tudo isso.

Mas santa cruz me dá medo de verdade. Principalmente, se falando de relacionamentos. E dessa coisa, de que as pessoas não mudam. Passa o tempo, não mudam. Mudam de cidade, voltam. Dá uma sensação de " você sai do gueto, mas o gueto nunca sai de você". É, estilo Racionais mesmo. A mesma fulaninha que não gostava de ti aos 15 anos por causa de um guri, vai te encarar se te ver uma festa. Faz sentido, meu deus? Um guri que saia com tipo aos quando tu tinha 15 anos vai vir te "trovar" com a mesma conversa de sempre. Talvez, ele esteja até namorando.

Sério, a única coisa que posso ter aqui é esperança. Mas não é só esperança, é certeza. O mundo não é todo assim. Tem gente legal no mundo. Tem gente sincera no mundo. Tem muita gente que não quer ficar fazendo confusão ou falando dos outros. E o mundo é muito grande para a gente ficar se relacionando sempre com as mesmas pessoas. Eu gosto de Santa Cruz, gosto de algumas pessoas daqui. Mas a cidade em si me sufoca. Não sei se pelas lembranças, ou por todas essas atmosferas que voltam. Preciso de mais mundo, preciso de mais autenticidade. Preciso de menos convenções sociais. Preciso de mais liberdade. Preciso de mais simplicidade, preciso de mais amor verdadeiro, preciso de mais vida. Atualmente, acho que não viveria aqui.

"'' A vida mundana, que tantas incertezas lhe trazia antes de conhecê-la, não passava de um sistema de pactos atávicos, de cerimônicas banais, de palavras previstas, com o qual se entretinham uns aos outros na sociedade para não se assassinarem ''

''Eu disse aos meus amigos que eu voltava

Antes do sol esconder a sua cara
Mas me perdi nas horas
Em meio a multidão
E a noite vem agora

Pra me mostrar que eu posso
Seguir qualquer caminho
E achar que hoje o mundo é meu

Eu disse aos meus sentidos que eu queria
Desafiar a vida que eu tinha
E fui andar lá fora
Sem medo, sem direção
E a noite vem agora

Pra me mostrar que eu posso
Seguir qualquer caminho
E achar que hoje o mundo é meu''

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Nada melhor do que não fazer nada

Sono. Se tem algo que tenho tido nessas “férias” é sono. Queria só cinco dias sem fazer nada. Mas a pré-viagem já começou. Depois de um ótimo natal em família, tenho aproveitado meus dias em casa para cuidar dos detalhes que faltam: carteirinha internacional de estudante, reais convertidos em euros, cálculos de como utilizar meus medianos recursos, estudar italiano, ver o poderoso chefão para ver um pouco da Sicilia na tela...ainda falta o plano de que lugares não posso deixar de conhecer na Itália, achar lembranças do Brasil e comprar algumas coisas que estão faltando na mala e esquecer todo o resto.

É, me falta esquecer. Esquecer aquela tarefa que não consegui fazer esse ano, esquecer um pouco o mundo daqui e pensar que dia primeiro de janeiro vou para outro mundo, outra vida, por pelo menos dois meses. E para que a experiência seja ainda mais bela, quero estar naquele mundo, de corpo e alma.

Não sei se já tinha postado aqui a resolução final sobre a Itália. Mas, agora, bem mais calma que antes, posso contar. Sim, vou para a Itália. O lugar é maravilhoso e ainda vou ter a chance de ter contato com uma nova língua, o italiano não é tão fácil, ainda mais para quem fez espanhol durante todo esse ano como eu, mas nessas semanas pretendo me familiarizar com ele. Também, com a cultura dos meus ancestrais.

A Itália a princípio não era o que eu queria, principalmente por causa do $, ou seja do EURO. Mas o trabalho é muito bom, comunicação de uma ONG para arrecadação de fundos de um projeto do Zimbawe. Espero e agradeço muito se der tudo certo no projeto, se todos os outros integrantes do projeto puderem ir ( Índia, China, Taiwan e Egito). Se eu tiver um bom teto, saúde a alimentação durante o período. O resto dou um jeito e conto aqui. Por enquanto não me caiu a ficha, então a ansiedade ainda está zero. Embora, essa noite tenha sonhado que perdi o avião. Tenho uma curiosidade com a nova casa, os novos parceiros de trabalho, o pessoal da AIESEC de lá, a cidade, o país.

Não sei se vou conseguir fazer muito turismo pela verba, então, não vai ser turismo o que relatarei aqui, mas sim cada aprendizado desse novo mundo. Minha primeira vez em outro país, a experiência do intercâmbio. Turismo, posso fazer depois. E ainda tem muitos lugares que quero conhecer : Índia, África, Áustralia, Nova Zelândia, Bali, Machu Pichu e China ( esses são os primeiros da lista, não necessariamente nessa ordem).
Que todos eles possam virar realidade,assim como essa viagem que vou fazer em breve!
Beijos e até.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Nobody said it was easy


Faltam duas semanas para acabar o ano. Um ano que achei que seria muito mais tranquilo. Acho que está um pouco cedo para fazer restrospectivas, mas por outro lado o meu "agora" se confunde com esse ano.
Impressionante, eu vou para a Ibiraquera e aprendo tudo e chego aqui e desaprendo tudo de novo. Tive lindas lições de vida esse ano e cheguei disposta a colocá-las na prática, ter um ano tranquilo, rodar velhos projetos dar valor às coisas simples, estar sempre no presente. Acabei com a minha mania de "estou fazendo pouco", fazendo um pouco mais do que eu deveria, eu acho. Fico muito feliz com esse ano, com tudo que aconteceu. Mas ele passou tão rápido, que agora na penúltima semana eu estou fazendo coisas que era para eu ter feito no começo, mas com tantas coisas foram ficando adiadas. Que nem muitos pôr-do-sol que não conseguir ver, ou mesmo amigos. O ano foi maravilhoso, só tenho a agradecer. E se eu refletir, 2010 foi muito mais corrido e complicado emocionalmente. Mas sei lá, com 22 anos, me dá vontade de ter mais tranquilade. De parar de fazer tanto e simplesmente ser. Me dá vontade de voltar a ser criança.
Pelos últimos post dá para ver a que ponto eu cheguei. Estressada, irritada...Eu não sou assim. Mas faltando duas semanas para o ano novo e não tendo conseguido parar ainda, fiquei realmente mais irritada com coisas pequenas. Então, semana que vem só quero sobra e água fresca e aprender Italiano, pois sim vou para Itália. Pensei em fazer outro blog, mas seria muito trabalho, então vou contar tudo ( ou quase tudo) por aqui mesmo. A Itália deve ser linda e eu sou abençoada, vou parar de me culpar e pensar que
eu mereço isso!
É bebê, é tempo de começar o ano em grande estilo. Aproveitando ao máximo tudo que essa vida pode nos oferecer, em um dos grandes sonhos da minha vida. Que era fazer o intercâmbio.
É tempo de aproveitar o que vier depois, talvez novos caminhos, talvez os mesmos, mas fazer tudo com calma e tranquilidade que tenho certeza que o mundo vai conspirar à favor de tudo que for lindo e realmente desejado! Mesmo que o desejo não sentir desejo nenhum :)
É tempo de ser criaça, baby! Com maturidade e tranquilidade em 2012, até rimou =)
Faltaram esses momentos assim, de escrever, de refletir...
So, just let it be.
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Alguns trechos que muito me encantam e acho que casam com o momento:

"Creio que nesta viagem devemos perceber e investigar um pouco este detalhe,para ver se aquela estranha estranha separação entre o ser e o fazer humanos pode fornecer algumas pistas para descobrirmos que diabo aconteceu de errado neste nosso século. Não pretendo apressar essa análise. A pressa é um dos vícios de nossos dias.
Quando a gente resolve apressar alguma coisa é porque não se interessa mais por ela e quer mudar de atividade. Eu quero chegar lá devagarinho, mas cuidadosa e detalhadamente, comportando-me da mesma maneira que antes de encontrar aquele pino quebrado. Eu só consegui encontrá-lo devido ao cuidado com que o procurei." Zen e Arte da manutenção de Motocicletas.

Não seguir é o segredo da Liberade. Numa sociedade justa, que eu venho desesperançosamente esperando, a inocência de uma criança não deveria ser destruída. E quando nós temos quase que uma inocência oceânica ao redor e a beleza e a experiência disto é tão imensa e forte...quem se interessa por assuntos estúpidos?"
Bhagwan Shree Rajneesh, ou simplificando, Osho

"Quando você aceita e existência, a existência o aceita. Quando você rejeita, você é rejeitado. A existência é um eco do que você faz.Tudo o que você fizer com ela será feito com você.
A criança aceita. Para ela não existe passado, nem futuro. O momento é o presente, é o suficiente. A criança existe aqui e agora. Então ela sente uma certa harmonia, uma melodia é sentida.
É por isso que muitos anos mais tarde você continua a recordar sua infância, vive dizendo que a infância era um paraíso. Por quê?
Porque houve muitos momentos em que você aceitava tudo totalmente. E uma criança é aceita totalmente. No instante em que a criança começa a rejeita, deixa de ser criança. A infância é perdida, o paraíso é perdido.
Recorde alguns momentos de sua infância nos quais você teve o sentimento que a vida era uma bem- aventurança, de que simplesmente ser era um êxtase. Simplesmente ser, respirar, era o bastante. Você não precisava mais nada para ser feliz. Seja o que for que você fosse, era o suficiente para ser feliz. "

A vida é um moinho.


Eu vou fazer um post sobre essa semana. Mas achei no meu email um texto de quase dois anos ( do tempo do orkut) que acho que vale compartilhar, eu estava em uma fase um pouco revoltada com os relacionamentos. Principalmente, acho que pelo que eu tinha. Às vezes quando a gente está dentro é difícil enxergar ou falar. Agora, de coração limpo, tanto tempo depois, fica mais fácil. Se não der para entender nada do que eu quis dizer no texto. Fica extramamente claro no que eu cito do Osho.
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"Não quero me meter no relacionamento dos outros. Eu juro. Mas tenho ficado abismada. Se tem alguma coisa que acho que a nossa geração consegue ser estúpida é nos seus relacionamentos. Tá, são muitos aspectos, mas esse acho que tem tido uma decadência "especial".

Esses dias uma amiga minha me perguntou pq depois de tantas "chinelagens", ou seja, tantas faltas de respeito, tanta coisa que ela não considera legal, ela ainda tinha interesse em determinada pessoa. Disse eu:- É a tensão. Daí ela retrucou:- Tu tá me dizendo que o que faz eu ainda ter interesse no baranran é a "tensão"?. E eu disse que sim, pq com tensão tava querendo dizer algo que por mais que tente explicar o Osho consegue colocar de maneira perfeita no texto que colocarei aqui (http://anandinhamuh.flogbrasil.terra.com.br/foto17528752.html)

Esses dias também, depois de alguém falar tanto que mentira é um absurdo, que isso ela não toleraria, adivinha? A pessoa mentia! Realmente, acredito que uma pessoa que não tenha pensamentos ruins, que seja totalmente incapaz de enganar a pessoa que está e que gosta (se gosta mesmo) não tenha motivos para ficar desconfiando do seu companheiro. Afinal,se eu jamais teria cara de pau e faria isso, pq diabos vou achar que a pessoa que tá comingo é capaz de fazer (e seu eu acho que ela é capaz, melhor nem tá com ela)? É claro, se a lógica é a contrária, funciona muito bem também. Se tu é uma pessoa que mente, que apronta, as chances de tu achar que a outra pessoa tá fazendo algo do tipo, são muito maiores. E óbviamente, quem engana, não quer ser o "otário da situação". ( "Aquele que engana, perde a maior das capacidades, a capacidade de confiar"Osho)

O orkut conseguiu piorar totalmente as coisas. Quer dizer, as pessoas com o orkut conseguiram piorar mil vezes as coisas. Daí tive que ouvir esses tempos também que " orkut estraga relacionamento". SEJAMOS REALISTAS, pessoas estragam relacionamentos e não o orkut. Mas de uma certa maneira é bom pros relacionamentos atuais, o orkut ajuda a manter a tensão, criar brigas, prolongar o que tem gente chamando por aí de "amor".

Hoje tive que ouvir uma histórinha assim, de um casal que brigou pq ela deixou um recadinho não sei como pra não sei quem. POXA, MAS QUE FALTA DE RESPEITO! Daí óbviamente, a pessoa que se sentiu ofendida ( Afinal, o que os outros não vão pensar?) ficou de cara, como se fosse o exemplo do bom samaritano. Desse tipo de coisa, só tiro a seguinte conclusão: A única pessoa que as pessoas enganam são elas mesmo.

Costumo dizer isso, quer me mentir: me mente. Nunca vou querer "dar o troco". Eu vou ficar 100%de consciência tranquila, ilesa e sabendo quem eu sou de verdade. Já quem engana, esses sim vão ter um sério problema, talvez nunca descubram quem são realmente. O ego claro é fundamental nessa história e o respeito vira desculpa. " Foi uma falta de respeito comigo", eu mesma já me vi bufando e exigindo isso, na verdade eu não tava nem aí pra pessoa, tava apenas de cara por tá achando que tava fazendo papel de idiota. É, fere o ego. Enquanto tá fazendo pro outro, não fere, mas quando é conosco, daí o negócio é mais em baixo...

Na minha opinião falta respeito nos relacionamentos de hoje sim. Mas falta outro tipo de respeito, o de ser sincero, o de dar a liberdade ao outro e o de fazer bem. Meus queridos e minhas queridas, quem levanta a mão pra ti ou te ofende hoje, com certeza não gosta de ti. Não existe amor com tantas oscilações. Essas coisas feias e que fazem mal, não tem absolutamente nada a ver com o amor. O amor faz bem, o amor faz crescer, o amor é um sentimento lindo!
Talvez as pessoas gastem tanto tempo de suas vidas imitando os primeiros e falidos relacionamentos que tiveram no auge da sua imaturidade, e levando estes como exemplo de relacionamento, que se esquecem de se relacionar profundamente consigo mesmas. Ao mergulhar profundamente em si mesmo, descobre-se o amor próprio. Esse amor lindo! E quando se tem um amor assim por si mesmo, fica difícil de engulir esse amor que anda por aí.

Ah, a única coisa que conseguir dizer depois de ouvir essa história do recado "Francamente, com tanto problema por aí, com o mundo desmoronando, tem gente preocupado com um recado do orkut, quanta besteira." O mundo pequeno de algumas pessoas!"
Ananda - 05/07/2010

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ucrânia, Húngria, Panamá, Itália ?

É. Confuso. No mínimo. Ninguém disse que fazer um intercâmbio é fácil. Fazer um intercâmbio pela AIESEC muito menos. Tá certo, eu sei que eu não deveria falar isso. A "manager" da Assessoria de Comunicação da AIESEC Santa Maria falando isso? É, meu defeito é ser sincera. E na minha humilde experiência, fazer um intercâmbio pela AIESEC tem seus horrores e amores.
Enquanto, em outras cias é tudo fácil e prático ( tu vai lá escolhe o país o programa e eles agilizam tudo na tua vida) fazer um intercâmbio pela AIESEC tem sido uma luta. A organização é formada e gerida só por estudantes e normalmente estudantes têm outras coisas para fazer da vida, além de se preocupar em responder um email de uma triste intercambista como eu.
Logo, minha saga começa assim. Queria ir para o leste europeu, alguma coisa na área ambiental, o que não é uma vaga tão fácil, mas era o que eu queria. Acabei achando várias....Na verdade, não começa assim. Voltando ao início, eu queria fazer intercâmbio. Tá, daí tentei marcar várias reuniões até conseguir. Depois, ficou dando problema no sistema que eu tinha que me registrar, e daí se passou um bom tempo e eu estava atrasada. O que não muda muita coisa, pq os responsáveis pelas vagas só se preocupam com elas perto da data de realização.
Não, eu não quero falar mal da AIESEC, pq como eu falei, o intercâmbio da AIESEC para mim tem seus amores e horrores. E amores são as causas sociais que eles têm e horror é a angústia que eles geram (com um toque de exagero que eu tenho para escrever, claro). Bom, quando finalmente estava de contrato assinado, mandei uns 40 emails e obtive algo tipo DUAS respostas. Tenso.
Comecei a atirar para tudo que é lado. Coloquei Panamá e Costa Rica no roteiro, Costa Rica se enrolaram para me dar uma resposta que até hoje não recebi ( jóia). Me aceitaram no Panamá. Era Summer Camping. Summer Camping, não é exatamente o que eu queria, pois acho que tu acaba ficando um pouco excluída do universo e não conhece tão bem a cultura local. Além do mais, queria falar inglês que estou me formando e não espanhol (jóia). Logo, não fui para o Panamá.
Os ucrânianos são muito legais e passei a enviar emails para lá já que ninguém me respondeu na Hungria, onde eu realmente queria. Sério, atualmente eu odeio o pessoal da Hungria. Bom, o pessoal da Ucrânia me aceitou em duas vagas. Só que uma que é um projeto ambiental, que era o que eu queria, é para abril oO. E em abril eu tenho aulas. Logo, não fui para Ucrânia. Mas tem outro projeto da Ucrânia que é educação cultural e eu conversei e poderia participar de um ambiental que tem até o final de janeiro. Ok, vou para Ucrânia. É lindo, no mar negro, do lado de Yalta. A Ucrânia precisa visto, demora 15 dias, custa setecentos e poucos reais. Será que eu vou para Ucrânia? Além do mais, trabalhar com educação cultural não é algo assim tão legal, eu queria fazer pelo menos uma coisa realmente impactante na minha vida, diferente, especial. Falar sobre o Brasil, soa tão...Não vou para Ucrânia.
Me aceitaram na Itália. Mas não tem acomodação, nem alimentação, que teria na Hungria. Mas a vaga é fantástica, junta dois mil euros para um projeto de agricultura para pobres no Zimbawe. Diversas equipes vão fazer isso em lugares diferentes da Itália, elas são formadas por um representante do Brasil, um da China, um de Taiwan, um da Índia e um da China. Infelizmente, vou ter que abrir o jogo aqui. Muitos intercambistas já me falaram para não ir pela vaga, pq muitas vezes tu chega lá e eles nem sabem o que tu veio fazer. Que jóia! Me perguntou " Como isso é possível?". Te muita gente sem noção no mundo, fato. Mas o blog é meu e eu sou sincera. Logo, espero não ser processada pela aiesec. Nem proibida de realizar meu angustiante intercâmbio.
Enfim...de qualquer maneira o que me pergunto é " Como juntar dois mil euros nessa crise braba da europa?". E o que me alegra é " aprender italiano muito rápido para falar lá". Que besteira né, e o que me deixa triste é..o dinheiro que eu juntei para a viagem e que daria para eu viver "like a boss" no leste europeu, vai virar nada em euros. Chorei para eles, vejá só amigos da Itália 1 euro =2,43 reais. Me arranjaram acomodação. Espero que ela exista. Fiz meu SAN ( student Acept Note). Ainda não tive coragem de mandar, frio na barriga.
Ainda espero uma resposta da Hungria, de uma vaga de educação ambiental. Mas se os hungaros me odeiam, eu vou para a Itália.
E nessa falta de dindin da Itália e minha, vou acabar conhecendo tudo por lá, pq não vai sobrar muito dinheiro para o resto. Mas azar, posso conhecer o resto no resto da minha vida, quanto eu trabalhar e ganhar dinheiro e tiver boas férias, e sem filhos por uns dez anos, para poder conhecer o mundo antes.
To me sentindo meio comer, amar e rezar. Sério, eu amei o roteiro dela. Mas pensava mil vezes mais em ir para Índia ou Indonésia, do que Itália. Sério, nunca pensei em ir para a Itália. Ir para Itália, comer massa?
Mas como já falei, meu dinheiro não contentava a diferença da passagem para o leste europeu para Índia ou Indonésia.
Vou ter que chorar para o meu pai... E ele é Italiano. Logo, "pão duro" ( "Pq tu não vai para espanha e fica na tua prima e passeia? " "-Mas pai eu quero mandar dinheiro para o zimbawe" " O que tu vai fazer na Ucrânia? Ver Chernobil?")
Ó deus. que Drama.
Vamos esperar até amanhã, ver se os queris dos hungaros respondem...Tem uma amiga que talvez vá para lá tb, e de lá eu poderia viajar mais facilmente, gastar menos dinheiro, ser feliz..e é mais exótico, ou não... de qualquer forma será uma experiência intensa e contarei os próximos capítulos. Minha mãe me acha "imbecil" por dizer que a Itália é "clichê", mas para um intercâmbio social é mesmo, né?
Esqueci de um capítulo da minha saga, eu queria MUITO ir para a Grécia. Tinha vagas maravilhosas, tipo catar tartarugas. Eu praticamente implorei adicionando a guria que cuida dessas vagas no skype e no face, deixando msgs. E um mês depois ela me respondeu perguntando meu EP ID e depois me deixando no VÁCUO.Agora, me mandaram email para eu ir para lá em umas outras vagas lá. Adeus Gregos, vou para a Itália então, chatos.
Volto amanhã,com a saga do intercâmbio. Com certezas espero.Sem TPM e tanto drama também :)


beijos

De volta às linhas tortas...

É. Nem sei por onde começar. De volta às linhas tortas, às minhas linhas tortas. Que é o único jeito que consigo organizar um pouco as ideias e a vida.
Infelizmente, não consegui terminar o projeto a qual me propus no começo do ano, que era um livro. Uma das coisas que mais tenho vontade de fazer na vida. E no final das contas, esse ano foi tão insano, que não consegui mais escrever. Foi-se o tempo dos posts diários no FlogBrasil.

Ou, talvez, tenha sido algum bloqueio. Não sei explicar, andei rabiscando algumas coisas por algumas folhas em branco, mas nada com a frequência de outros tempos. Deve ter sido o tempo, devem ter sido as leituras teóricas, sem biografias, Kerouac, Tolstói, Capote, Osho ou qualquer outro para me inspirar...Andei inspirada só para falar de globalização, identidade, meio a
mbiente, cultura, consumo, risco... Agora, que a coisa folgou um pouco quero voltar para mim. Para minhas angústias e sonhos malucos.

Mas ao invés de voltar para o projeto antigo, vou me propor a um novo desafio. Finalmente, farei meu intercâmbio. E digo cheia de ansiedade, angústia e desejo. Apesar de decidida, forte, aparentemente madura e responsável, ainda sou a menina que dizia que ia tomar um copo d'água para fugir de uma companhia indesejável aos cinco anos de idade. Ou que se escondia entre os braços para poder chorar por causa de uma dor de cabeça na aula, na mesma idade.

Tenho sonhos, mas tenho os medos. Mas isso é normal, não? Um psicólogo me disse uma vez em um Questão Saúde, que a ansiedade é normal, e boa. Pois, nos leva para a frente e nos faz fazer as coisas. Acho que estou pronta. É, estou pronta. Todos estão, é tão simples fazer um intercâmbio, não é? Todos fazem. Em outro país, em outra cultura, com outras pessoas. Viajar é preciso. Vou relatar tudo aqui, com algumas pequenas coisas que deixarei em outros rabiscos. Mas acho que isso merece uma outra série de posts.

Por enquanto, vou só agradecer. Por esse ano maravilhoso. Pelas pessoas maravilhosas que conheci nele e por todas aquelas que pude continuar convivendo ou conhecer melhor. Pelos aprendizados. E por nos momentos de desespero, que não foram poucos, e também das dúvidas, de olhar
para o céu e dizer " será que é isso mesmo?", ter uma força maior que tenho certeza que sempre esteve lá. Mesmo para me fazer ir até o fim só para ter certeza que não era aquilo, como é meu costume. Por todas as atividades que fizeram esse ano passar voando, mas que me ensinaram, me fizeram ver o que eu quero e o que eu que eu não quero. Por tudo que foi verdadeiro e autêntico e é isso que quero na minha vida cada vez mais.Pela esperança e por saber que eu ainda sou nova e posso continuar alimentando meus sonhos.

O ano que vem quero mais tranquilidade, eu prometo, sei que não é o meu estilo, mas eu quero. Mais natureza, mais pôr-do-sol, mais tranquilidade e serenidade, coração tranquilo, mais amor, dindin, saúde e paz ;) Como sempre, em busca de novos horizontes... Enfim, o mundo é lindo. E tenho sorte de ser abençoada com tantas coisas maravilhosas, embora às vezes eu esqueça disso.
Obrigada!

Beijo ¬¬

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Toda Mudança é Bela...( mais um post do perdido na rascunho)


...torne-a celebrativa!
O Flogbrasil deletou meus posts antigos e não consigo achar os restos desses versos do Osho, do livro 360 meditações diárias, mas era mais ou menos assim: toda mudança é bela, torne-a celebrativa, caso contrário, ainda estaríamos brincando com ursos de pelúcia; apenas permaneça humano, teremos situações boas ou ruins, mas se você continuar íntegro não fará diferença, pelo contrário:você crescerá.
E é isso. Deveria ler mais tudo que já escrevi, pq às vezes a gente esquece com o tempo e parece que tem que passar tudo de novo para aprender.Pois bem, 21 anos, estava certa quando achei que esse ano ia ser um grande ano. Sem grandes mudanças externas, um turbilhão por dentro. As velhas dúvidas foram crescendo durante um ano que parecia de certezas, até que hoje, finalmente, me dão mais certezas para seguir em frente. E ainda mais, para aprender a ouvir meu coração cada vez mais e acreditar nele.

Por isso, hoje não quero pedir.Quero agradecer. Por tudo que passei no último ano, pelo quanto isso contribuiu pelo meu crescimento. E para esses 22 quero mais letras na minha vida, andei escrevendo pouco..por outro projeto, por falta de tempo, pelos rabiscos pela agenda...preciso voltar a escrever mais. Gosto tanto e me faz tão bem. Promessa para 2012: atualizar mais isso aqui.
Lição dos 21 anos ? Em meio a tantos conhecimentos teóricos-científicos eu diria : o empírico. A experiência; as pessoas, pq são sempre elas que a gente lembra quando lembra dos momentos. Eu sempre lembro, que quando começei a chorar na formatura do terceiro ano, o Waguinho chegou e me lembrou desses versos aí de cima que eu mesma tinah escrito no meu flog... Por isso, as pessoas, com todos os seus defeitos e com tantas coisas para ensinar; As coisas simples, contemplar, não fazer nada; os momentos simples, as coisas simples, deixar de lado essa mania de grandiosidade que temos( eu pelo menos tenho) e se alegrar com os pequenos prazares cotiadianos; Equilibrar essa inquietude, senso crítico é bom, mas demais atrapalha o contentamento, menos ego, menos ego; Repito, mais tempo para o lazer, para ti. Aprende. Foco. Saber o que realmente é verdadeiro e importante. Equilíbrio, integridade, felicidade. Por fim, e não menos importante, colocar amor em tudo , entregar e confiar. Ter nho certeza que o ano que vem vou estar agradecendo de novo. OM NAMAH SHIVAYA. A felicidade e tudo mais, vem de dentro. A vida é mesmo muito frágil como eu pude notar por coisa externas, a gente realmente não sabe lidar com isso. OBRIGADA!


"Que a vida é coisa mesmo muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância..."

domingo, 25 de setembro de 2011

Mais um post perdido no rascunho...

Sempre disse que a escrita me escolheu. Não estou dizendo que eu escrevo bem. Estou dizendo que não tenho opção nenhuma. Quando as coisas vão bem ou as coisas não vão bem, eu preciso escrever. Preciso e preciso, hoje eu pensei até em ir a um psicólogo e agora me caiu a ficha de quanto tempo passei sem escrever.

Na verdade, até andei escrevendo bastante, mas voltei para o papel e a caneta para contar histórias. Já que atualmente, infelizmente, não tenho mais o hábito do diário.
Mas enfim, como me faz feliz escrever. Posso ver aqui um post de quase um ano atrás e ver que me sinto exatamente igual a hoje. É tudo culpa da inquietação aquela antiga e constante. Falei isso com uma amiga quarta-feira, que não importaria aonde estivessemos continuaríamos inquietas. O problema é que a gente não consegue atingir o contetamento. Mas isso é bom, faz crescer. Desde que não seja crescer o ego. Claro, que as coisas exteriores são importantes, mas tudo que realmente importa está dentro. O verdadeiro e o essencial. E daí fico me perguntando se não estaria na hora de abandonar um pouco o que está fora e me voltar para isso. Mudar completamente, de lugar, de vida. Deixar tudo.No entanto, acho que tenho tanto para crescer ainda e que tem outras formas de fazer isso.

Em uma fase tão inquieta, tão incerta, continuo tentando achar a minha palavra. Infelizmente, to achando que ela é inquietude. Não adianta, de uma maneira sempre nova e nova, acho que vou ser sempre "Soul Rebel". Uma rebeldia que cada dia mais tento transformar de "revolta" para "compreensão" e "mudança". E assim eu vou vendo, por onde dá para fazer, sem tentar achar que eu posso mudar o mundo ou alguém, como infelizmente já tentei.

E assim, vou errando e acertando, pq isso é humano. Sofrendo pela profundidade e intensidade. Sofrendo pela inquietude. Mas crescendo, sempre. Dizem que os ciclos mudam a cada 7 anos, o meu mudou, mesmo. Mas agora não adianta levantar os braços e pedir aos céus e dizer "pelo amor de deus, que que eu faço da minha vida?", mais uma vez é preciso mergulhar no vazio e na escuridão e descobrir o que está escondido lá, o que ainda me motiva, o que ainda me faz feliz, o que que ainda tem amor nesse caminho. Como diria Castaneda, se não tiver amor não tem importância alguma.

E nesse mesma linha, decidi que não quero mais nada na minha vida, que não seja verdadeiro e que não tenha amor. Não quero mais superficialidade. Vou tentar aplicar a velha regra de ouro: jamais faça para os outros o que nao gostaria que fizessem para você. É isso, chega de superficialidade.

sábado, 14 de maio de 2011

Crônicas da Ibiraquera - pós ( Março-2001)


Em um momento confuso da vida, nada como abrir o rascunho do blogger e achar esse que post, que sabe-se lá pq, nunca foi postado.

Crônicas da Ibiraquera- Pós 1:



Se tem alguma coisa que a Ibiraquera me faz pensar e me faz lembrar sempre, é sobre o valor do momento.Estar presente no momento de corpo e alma, estar consciente. Isso não é nada extraordinário, pelo contrário, é bem simples. Significa que quando estiver caminhanhando, estaremos apenas caminhando, sentido cada parte do corpo, vivendo aquele momento. E sempre que me pego pensando no futuro, imaginando coisas que talvez nunca acontecerão, ou em tantas outras que já aconteceram, sempre tento voltar ao instante. Cada instante é belo, cada um deles cria a sinfonia perfeita da vida. Se não fosse aquele subir de escada, aquela caminhada, aquele momento, todos os outros não seriam possíveis. É por isso que lembro dos momentos felizes que vivi nessa praia, mas também sei valorizar o momento de agora, sentada no meu computador, com minhas duas filhotas emboladas comigo ( minha cachorra e minha gata) e achar aquele tão perfeito como esse. È por isso que posso subir as escadas do meu apartamento acompanhada em um dia, sozinha em outro e achar os dois momentos maravilhosos. Essa praia e principalmente alguém em especial, me fez dar um valor maravilhoso para a vida. Talvez também, uma postura tão livre e desapegada, que assuste.
Viver no presente, não significa que a gente vá sair e fazer tudo que tem vontade, que a gente vai achar que vai morrer amanhã. Significa descobrir o que queremos da vida, o que temos que fazer para isso e valorizar cada passo e não o objetivo final, então não teremos frustrações e sim felicidade plena. É pensar como cada ato nosso reflete no mundo e o que realmente estamos fazendo nele e por ele.
É saber valorizar os momentos que passamos com as pessoas, é amar intensamente em cada segundo, mesmo com a certeza que no outro dia nada será igual. E isso é felicidade, não precisar de um local, não precisar de uma circunstância, não precisar de alguém, é ser livre. Não para todo mundo é claro, mas para mim sim. Tenho certeza que dessa maneira, a vida vai se desenhando como a gente quer.

Crônicas da Ibiraquera-Pós 2

Um dia na praia, fui anotar algo em um papel e peguei meu bloco e virei as páginas. Nele estavam centenas de compromissos do semestre anterior. Quando estava estudando para o mestrado, trabalhando, fazendo inglês, monografando, apresentando um programa de tv e tantas outras coisas que ocupavam meus dias. O Shariff estava do meu lado, mostrei para ele a lista de atividades e ele me olhou surpreso:
- E se tu quisesse riscar alguma dessas atividades tu poderia?
Aquela pergunta me deixou surpresa, para ele era uma coisa simples, mas para mim me fez pensar e repensar minha vida. Hoje, diria que sim e que não. Sim, se eu quiser não fazer nada um dia eu posso, sei que o mundo gira sem mim e que não sou imprescindível, para nada. O mundo caminha sozinho e não pára. Ao mesmo tempo, diria que não, que se deixar de fazer uma daquelas coisas, a minha vida vai se complicar, as coisas vão acumular e etc. Mas, mais importante que isso, é que eu realmente não me importo de estar fazendo mil coisas, porque sei o valor que cada uma delas tem em minha vida, reflito sobre isso dia e noite, sobre o passado, o presente e o futuro e mais do que tudo, hoje na minha vida, busco pôr amor e alma em cada coisa que escolhi para ela.
E quando estou caminhando na rua, olho para cima, olho para o chão e me concentro no momento presente, muitas vezes lembro desse dia e penso que para alguma coisa ter valor, preciso fazer ela consciente. Às vezes andando no ônibus da faculdade, às vezes passando por centenas de pessoas no centro da cidade média na qual eu moro, olho para as pessoas e Gourdieff vem à minha mente. Ele fala sobre os nossos estados de consciência e como a maioria das pessoas vivem o dia-a-dia em um “sono”. Em como fazemos as coisas mecanicamente, como simplesmente passamos pelos momentos, pelas horas, pelos dias, pelos anos. De repente “desperto”. Vejo o “prana” brilhando por tudo, o “prana” são os pontos de energia, eu não costumava ver, mas agora vejo. Não diria que é algo sobrenatural, se tu estiver presente, sejá lá o que estiver fazendo, vai ver também. Vai ver a beleza da vida. Acho que o lindo é isso, colocar mais luz e amor nos nossos dias.

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POde ser que seja maravilhoso passer o dia meditando. Mas acho que isso não é para mim, pelo menos por enquanto, prefiro meditar nos momentos da minha vida. Fazer tudo que tenho que fazer, jogar todo os jogos sociais, desempenhar os papéis sociais que tenho que desempenhar, sabendo lá no fundo o que é verdade e o que é realmente importante. Não me apegar a nada disso, a gente precisa desempenhar papéis o tempo todo no “Mundo real”. Aguentar o ego das pessoas, respeitar cargos e pessoas arrogantes, escutar um monte de besteiras, ver as pessoas dando um valor exagerado para o ter e não para o ser, vestir as roupas adequadas para situações adequadas, se comportar conforme esperem que tu se comporte. Mas nada disso somos nós mesmos.
Se tem uma coisa válida que o mestrado me trouxe é reafirmar essa concepção, que somos frutos sociais, do que a sociedade espera que sejamos e ela que nos condiciona em quase tudo, principalmente com a mídia. Passo horas por semana lendo e discutindo as formações de identidades na socidade, o poder, as representações. Mas não consigo pensar só nisso como uma verdade absoluta. Não consigo pensar que somos só reflexo do nosso meio, claro que se eu nascesse na índia, seria completamente diferente do que eu sou.

Mesmo que tivesse valores diferentes, acho que tem valores que são universais, como o respeito e o amor. E a religião é algo que transcende a questão social. Sei que isso é uma questão de crença, que cada um tem a sua, cada um acredita no seu Deus e nada é provado. Sei que as teses sociológicas tem bem mais respaldo, são paupáveis, a sociedade é assim. Mas sabe, não consigo acreditar nisso, simples assim.
Minha relação com a religião não é pensamento, como são todas essas teses. Bem na verdade, todas essas teses também são feitas,contestadas e refeitas, não existe verdades absolutas. Por isso, acho que mais que interpreter e analisar, coisas que muitas vezes enlouquece os homens, às vezes é preciso sentir. Eu sinto. Cada vez que olho o mar na ibiraquera eu sinto que eu não sou só um “Produto social”, eu me encontro comigo mesma, sei que devo existir há muito tempo e que minha vida não vai acabar quando meu corpo acabar. Eu sinto, que o homem criou tantas coisas feias, mas que por meio da consciência, podemos ter um mundo lindo, como uma praia. Eu sinto, que toda minha inquietação deve ser transformada em amor por aquilo que eu faço, para que o mundo possa ser pelo menos um pouquinho melhor. Sei que se a gente estiver em paz conosco e puder ajudar só as pessoas a nossa volta já está bom, mas acho que todos tempos também um dever com o mundo, se somos os únicos seres com consciência, capaz de saber que o mundo é tão lindo e perfeito como a ibiraquera, porque não pensar em agradecer pela nossa vida e por todas essas bençãos que temos e fazer algo por ele? No fundo, religião e ciência tem que caminhar lado a lado. É lindo vivenciar o momento sem fazer nada na ibirauqera, apenas contemplar, mas é lindo voltar para Santa Maria e sentir que estou contribuindo com o mundo de alguma maneira. Então a ibiraquera nos prova, que belo são as contradições, mais um vez. Nada como por os pés na areia.