quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ninguém vai me dizer o que sentir, meu coração esta desperto...

"Estive cansado.Meu orgulho me deixou cansado.Meu egoísmo me deixou cansado.Minha vaidade me deixou cansado.Não falo pelos outros.Só falo por mim.Ninguém vai me dizer o que sentir"

Estou um pouco cansada e cansada de tudo um pouco. Olho meus posts antigos do blog ou do fotolog, era tanta paixão. Paixão pela política, pelo cinema, pela música e até pelo futebol. Não é falta de inspiração. Cansei. Olho os textos apaixonados ou revoltados das pessoas nas redes sociais e me dá uma preguiça. Como se essa altura do campeonato tanto fizesse ser de direita ou esquerda, ser legal ou chato, implicar com o comportamento dos outros. Parece que a vida é rara demais para a gente ficar perdendo tempo discutindo qualquer coisa. Eu sempre penso na praia, em mim, sentada na praia, sozinha. Quando eu olho o mar, tudo faz sentido e aquilo é real. O resto parece um monte de coisas chatas que ficam nos fazendo acreditar que é a vida, para nos esconder o que é realmente a vida e que ela tá passando, enquanto a gente tá olhando novela e pensando que precisa fazer e falar todas essas coisas chatas e no fundo inúteis. O mar nos mostra o quanto a natureza é grande e eterna e o quanto a gente é pequeno e idiota, de se achar grande.

Isso sendo positivo. Falando dos posts apaixonados, porque às vezes é uma série de coisas que não muda nada da minha vida. Eu poderia sair das redes sociais, mas não é só nas redes sociais. Ontem eu sai na minha antiga cidade, fiquei pensando nas pessoas que estão aqui desde que eu fui embora e que todo final de semana fazem a mesma coisa. Me deu preguiça da vida delas. Problema meu né, porque a vida delas e elas devem gostar disso. Realmente, problema meu, que em algum momento da vida não consegui ser "normal". Aquela velha coceira da qual já falei algumas vezes aqui está cada vez mais forte. É uma vontade de fazer algo diferente. Não que o que as pessoas fazem não valem à pena. Como eu falei, elas devem ser feliz assim. Mas eu, eu preciso sempre mais. Eu acho a vida tão grandiosa que já tenho achado perda de tempo ficar como se fosse matando o tempo com todas essas coisas que me dão preguiça. Eu vou, eu faço. Mas não é isso. Não é isso. É essa vontade maluca me acompanhando o tempo inteiro, e agora? tá acabando,e agora? e depois? Que que eu vou fazer da vida? Vou trabalhar, casar, ter filhos?  Isso dever ser bom, eu vou tentar. Não digo tentar casar, ter filhos, não tão cedo. E até o amor tem me dado preguiça. Não vale à pena. Tá, vale muito à pena. O amor é a coisa que mais vale à pena na vida. Mas não digo amor de homem e mulher, mas todas as formas de amor. Relacionar, o verbo, vale à pena. Relacionamentos já entram no quesito preguiça. Não sei se teve amor. Acho que paixão, talvez. E teve um pouquinho de sofrimento, acho que muito mais de ego do que de coração. Acabou me dando preguiça até disso. Só se for muito real e tiver muito coração. Como a praia, o mar, eu sentada, sozinha. Sempre fui feliz assim. Talvez esteja ficando velha e chata e cada vez mais seletiva para o que realmente vale à pena para a minha vida. Mas enfim, como eu disse, eu vou tentar. Vou procurar emprego, tentar uma vida "normal". Talvez , eu só seja imatura para aceitar que a vida é assim mesmo e que chegou a hora de eu ter uma vida de gente grande, como todo mundo. Mas se não for, vou viajar, ganhar o mundo. Sem prazos. A vida é tão rara, tem tanto lugar lindo esperando para ser visto.



terça-feira, 10 de julho de 2012

"Cacoetes" do amor...ou da paixão.

Cacoete já é uma palavra estranha, colocada na mesma frase que amor então. Simplesmente parece que elas não combinam. Segundo a definição, cacoetes são hábitos ou manias que fazemos involuntariamente ( sem perceber) e o pior é que fazemos sempre. Pois bem, os meus eram involuntários, até que uma bela noite entre tantas coisas inúteis que penso consegui detectá-los. E não é aquela coisa do tipo "eu tenho dedo podre, não sei escolher", eles são estranhos mesmo. Talvez até vergonhos ( será?), mas levando em consideração que o meu último post da categoria "amor" ficou para sempre salvo nos rascunhos, acho que posso continuar.
Bom, meu primeiro cacoete estranho nessa área tem relação com pés. Não sei que em momento da minha vida eu decidi criar uma ideia utópica de que o "amor da minha vida" teria pés perfeitos. Sim, eu sei. Nenhum homem tem pés perfeitos. E acho que justamente por isso essa minha ideia. Queria alguma maneira de detectar a pessoa, meu consciente ou inconsciente resolveu ter essa nada lógica. E o ser humano não é lógico, pois se eu refletisse dois minutos sobre isso, como fiz ontem, veria que isso não é normal. Pois bem, eu criei isso. É engraçado, mas podia estar na maior paixão de alguém, mas se olhava os pés e não os achava bonitos, já vinha uma deprê do tipo " não vamos dar certo, cedo ou tarde algo vai acabar com nosso relacionamento". Nossa, estou me achando muito estranha, mesmo. Então vou para o meu segundo cacoete, que já não é tão estranho.
Meu segundo cacoete é que o "grande amor da minha vida" será à primeira vista. Isso na prática significa que tenho a mesma relações com os pés que com a lembrança da primeira vez que eu vi a pessoa. Se eu não consigo detectar na minha memória a primeira vez que eu vi a pessoa também já acho que não é "a pessoa". Claro que esse "ver" não é simplesmente "foi tal dia, em tal festa".  Esse ver a pessoa é perceber ela de uma maneira especial desde o primeiro momento. Eu acho que eu criei esse cacoete com a minha primeira paixão, pois até hoje eu lembro o dia que conheci a pessoa e não só o dia, mas o momento. Foi há muitos anos atrás, mas eu lembro a roupa ( a minha e a dele), inclusive as cores. Mas não é só isso, desde o primeiro momento que eu vi ele, foi uma coisa diferente. É esse olhar especial, que acho que todo mundo deve ter, que eu falo. É aquela coisa de ir em uma festa com quinhentas pessoas, tu conseguer ver uma que te chama e muito a atenção e isso ser recíproco. E acho que não é uma coisa de tipo físico, mas de energia.
Acho engraçado isso, as lembranças que carregamos das pessoas. Muitas vezes acho que o que lembramos das pessoas, não é a mesma coisa que elas lembram de nós. Às vezes esse primeiro olhar, só acontece para uma das pessoas. As frases que foram significativas também. Bom, mas aí já é outra história.
Voltando aos cacoetes, acho que as pessoas podem achar que é uma maneira fútil de achar alguém. Mas na verdade, nem para mim faz sentido. Só que quando eu detectei isso que eu faço, achei engraçado. Lembrei também de outras pessoas me contando cacoetes parecidos, por exemplo, que quando conhecem alguém já imaginam todo o futuro com a pessoa e às vezes uma atitude ou palavra já faz desistir da pessoa. Ou mais estranhos, como imaginar as pessoas peladas. É, na verdade, somos irracionais, temos manias estranhas, mas que acho que acabam quando as coisas são de verdade.
Já tive essas relações malucas, de detectar no meio de um monte de pessoas, em um lugar longe do que eu estava, uma pessoa que estava no mesmo lugar que eu e que realmente era diferente da maioria das pessoas. Especial e diferente. Diferente ao ponto de não ter telefone e ter que marcar hora e local na praia. Romances malucos, desses que a pessoa mora em outro continente e mesmo assim te faz suspirar durante meses, reconstruindo milhões de vezes uma frase dita em uma rede e que vira a explicação máxima da vida para ti. Mas que apesar das buscas tu não consegue nem reencontrar tempos depois, quando está próximo geograficamente, pois é tão diferente que não possui rede sociais. Enquanto que, pode ter outra pessoa que tu não lembra mais como conheceu e...é, enfim, foi uma pessoa especial.
De qualquer forma,  todas essas pessoas, os amores e as paixões que fui acumulando ao longo dessa quase uma década de vira amorosa, ainda não foram "a pessoa". Logo, não posso dizer com certeza, se meus cacoetes estão ou estarão certos. Mas eu ando com umas ideias meio loucas sobre esse assunto. Podia acreditar que os homens são todos iguais e etcs. Mas prefiro acreditar em outras coisas igualmente malucas. Tem até uma teoria de que quando tu encontra a pessoa ela tem uma luz em cima do ombro. Essa já é demais para a minha cabeça, mas acho que quando tu encontras mesmo a pessoa, o resto vira bobagem. Quero um amor assim na vida, sem ter que me preocupar com nada. Sem ter que ficar fazendo esses joguinhos tão comuns. Que tenha confiança natural e coração aberto. Que não tenha brigas chatas e que ninguém precise machucar ninguém. Pode parecer maluquisse, mas eu tenho um exemplo em casa, então não acho que é tão maluco assim. E no meu exemplo em casa há inclusive poesias. Se não for pedir demais, quero um amor meio artista. Não desesperado e intenso, que esse já sei na experiência que não é saudável. Quero a sorte de um amor tranquilo, como diria Cazuza, mas sem clichês, um amor criativo. .