segunda-feira, 31 de maio de 2010

meu próprio tempo.

Um dia frio na praia. Jah Bless, agradeci. Agradeci poder ficar de baixo das cobertas sem culpa, curtindo um friozinho bom e terminando On the Road. Já tinha perdido a noção do tempo, não tinha TV e nem nenhuma compania em casa. Mesmo assim me sentia realizada por criar meu próprio tempo. Só eu sei o quanto ficava feliz de poder acordar cedo e ler minha zero hora na beira da praia. Só eu sei como me fazia bem poder colher meu hortelã fresco na horta pra colocar no tabule e jogar todos as cascas de legumes na composteira. A comida feita com o maior amor do mundo, o tão sonhado "wu wei", seguir o fluxo da natureza e aproveitar o momento como só uma vida sem compromissos pode proporcionar.
Enfim, estava eu completamente apaixonada pelas loucuras de Jack Kerouac quando ouvi palmas na minha janela. Era o prana. No sentido literal e figurado. Prana, pra quem não sabe, é a energia vital da vida. Aquelas luzinhas que brilham quando a gente vê o sol, a energia presente em todas as coisas existentes no mundo. Engraçado, lembrei agora de nesse mesmo cenário eu deitada na rede, compartilhar esse pensamento sobre o prana com alguém e rir muito, já que a pessoa brincou que era uma maluquisse. E é mesmo, mas toda vez que eu chego na Ibiraquera eu começo a ver o Prana em todos os lugares, olho pro céu e vejo o prana. Eu sinto essa energia.
Então, mas o Prana que eu vi esse dia era o Prana mesmo, com a maior simplicidade do mundo e com um sorriso que só aqueles que são puros de coração são capazes de dar, veio conversar comigo sobre a casa. O Manjit que ficou na casa durante o ano anterior agora tinha se mudado e ia ir pra Noruega e ele queria saber se nos importávamos dele ficar na casa esse ano.Óbvio, que não. Ambos discípulos do Swaha (ex segurança do Osho, hoje mestre iluminado que passa os verões na ibirauqera e invernos na Dinamarca, é o mundo é cheio de coincidência) os dois são aquele tipo de pessoa que te contagiam completamente pela boa energia, não sei, mas o sorriso deles tem alguma coisa que ilumina eles de uma maneira totalmente especial, não sei definir o que seria, mas parece isso, só de olhar para eles a gente se derrete do amor e energia que passam. E to falando isso absolutamente sem segundas intenções nenhuma, to falando de ser humano pra ser humano. Nada melhor que ter uma pessoa dessas dentro da tua casa enchendo ela de amor e paz.
Óbvio que disse que sim, o prana veio me trazer o mel que ele fez em Minas, o açaí que ele vendeu no verão, um brinco de prata com uma pedra azul linda e um daqueles enfeites de se pindurar em casa cheio de elefantinhos indianos. Isso mudou minha vida, não no momento, mas depois do email que ele mandou. Pq agora quando estou prestes a me sentir triste eu vejo aqueles elefantinhos brilhando de forma tão intensa e penso em todas as bençãos que recebi e em quantas desejo obter e dedicar totalmente ao mundo.

"Estava acampado a 4 meses num terreno de um amigo que foi muito legal também, mais você não tem idéia de como foi bom voltar a ter um banheiro, uma cozinha decente um lugar arejado para dar um dormidinha depois do almoço, HHHHHHAAAAAAAAAAAAAAAAA que êxtase.A Ananda deve ter sentido as ondas boas que eu emanava para ela nestes momentos de profunda gratidão, de um grande abraço nela.
Love
Prana"

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