quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sobre novas tecnologias e vinis

Ontem, li uma entrevista do vice presidente mundial da google, Hugo barra - por acaso, um mineiro- falando que os computadores estão sendo substituído por dispositivos móveis e que, provavelmente, no futuro faremos tudo com eles: viveremos cercados por telas.
Em países em desenvolvimento, como a índia, as pessoas já estão comprando tablets e smartphones antes de terem o primeiro computador pessoal. Eu acho esse tema especialmente interessantes porque meu telefone simples já está virando raridade e não penso em trocá-lo, mesmo com todas as seduções do mercado e dos tantos novos aplicativos que surgiram e prometem facilitar a vida.
Reluto e continuo usando o meu telefone simples, que faz aquilo que acho que ele precisa fazer: mandar mensagem e telefonar. Por enquanto, não vejo necessidade nenhuma de ter um super celular. Ao contrário, eles me assustam.
Me assusto quando estou em algum lugar jantando e conversando animadamente e olho para o lado e vejo um casal que mais parecem duas pessoas isoladas, pois cada um está absorto no seu telefone. Me assusta quando chego em uma festa e parece que as pessoas estão mais interessadas em dizer que estão na festa do que realmente estar lá.
Me assustam os sorrisos para a foto e o aparente desinteresse com a vida real, com as pessoas reais. É claro que é bom dividirmos o que gostamos com nossos amigos e conhecidos. Mas me preocupa quando o mostrar se torna mais importante do que o estar.
Sei que as tecnologias são importantes na vida da gente e acabam se incorporando para facilitar processos. Seria estranho se eu não soubesse disso, afinal meu irmão faz parte de uma empresa que desenvolve aplicativos para dispositivos móveis e fico encantada com as soluções criativas que podemos ter para tornar nossa vida mais confortável e fácil. Por exemplo, chegar em uma cidade desconhecida e não saber onde jantar e através de uma rápida pesquisa ver avaliações de outras pessoas sobre o melhor restaurante.
As tecnologias têm evoluído e fazem parte da nossa vida, eu sei. Mas às vezes ainda me recuso. Vi uma pesquisa em um programa de televisão que 50% das pessoas que participaram diziam que não ficavam um dia sem celular.
Para mim, enquanto estava trabalhando, depois de ficar um dia inteiro na frente de um computador, a última coisa que queria era me conectar a internet. Queria sossego, aproveitar outras coisas. Ficar sem celular ? Ótimo. Acho ótimo podermos desligar de tudo às vezes. Não é a toa que meu paraíso é na praia, que o celular fica em casa e a TV nem é ligada,  a fonte de informação é o jornal lido todos os dias de manhã, em meio às dificuldades trazidas pelo vento, e os livros roubam o tempo gasto na internet.
Respeito as novas tecnologias e acho que elas são inevitáveis, ainda mais na minha área de atuação, mas enquanto eu tiver escolha, vou preferir me desconectar um pouco. Vou continuar com meu celular sem internet e escrevendo cartas à mão.
O que me tranquiliza é saber que não estou sozinha. Em uma espécie de "palestra" que vi no sábado sobre vinis, o Márcio Grings trouxe dados de que a venda de vinis cresceu mais do que a de álbuns digitais, enquanto a venda de cds apresentou queda o ano passado nos Estados Unidos. Ainda tem gente querendo preservar alguns ricos costumes antigos.




Entrevista do Hugo Barra completa aqui: http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/vice-presidente-mundial-do-google-mineiro-e-um-dos-homens-mais-poderosos-do-vale-do-silicio/
Reportagem sobre o crescimento da venda de vinis : http://oglobo.globo.com/cultura/venda-de-vinis-aumenta-142-mais-que-albuns-digitais-nos-eua-5542240

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