segunda-feira, 19 de abril de 2010

"o seu mal pensado o seu mal olhado ñ me faz..

..andar pra traz, e nem ficar parado"


Sempre achei que a gente deveria crescer ou pelo amor ou pela dor. Sempre preferi o primeiro caminho. O amor é a oração, o amor é o caminho, o amor é a "religião". O que seria o Taoísmo, além de um profundo amor pelo Tao? Ou seja, por cada partícula de existência, pq toda existência é feita da mesma matéria, é feita da energia vital da vida ( prana). Um amor difícil de entender, um amor de profunda conexão pela natureza. Um amor em certo ponto até fácil de se sentir, porque a natureza é perfeita, a natureza é linda, é completa. É fácil amar cada bicho que faz parte dela, cada um teu seu habitat ideal de vida, nenhum vai te fazer mal se não tu não interferir no espaço dele. Amo cada pedaço dessa terra, amo cada animal da existência, mas sou obrigada a confessar, que às vezes (se não sempre) acabo preferindo a natureza aos seres humanos.


Óbvio que o ser humano também faz parte da natureza. Porém, parece ser a única criatura imperfeita. Fico completamente triste e deprimida com isso. Eu seria completamente feliz vivendo em conexão profunda com a natureza e pronto. Acho que os seres humanos tem mesmo um instinto destrutivo, além de acabar com essa natureza que eu tanto falei que é perfeita, de quebrar o equilíbrio de tudo, de explorar aquilo que lhe dá a garantia de vida, o ser humano consegue achar maneiras de se fazer infelize e completamente egoísta ao ponto de não se importar de fazer mal também aos outros.


Depois somos nós que somos os seres superiores no mundo, mas cada animal tem seu papel na natureza , diria mesmo que até eles se respeitam, não invadem o lugar do outro. Matam, mas pra se manter vivos e só. Vivem em harmonia, em paz. Já nós seres humanos, com tanto lugares lindos e maravilhosos no mundo, como praias que ficam absoltuamente desertas durante o inverno, nos amontoamos em cidades horríveis, com trânsitos insuportáveis, comento comidas com cada vez mais produtos quimícos criados, na maioria do tempo estamos tentando nos entreter com coisas que nos deixem ocupados e não nos façam pensar realmente sobre o que estamos fazendo das nossas vidas e se somos felizes. Esse não é um ponto muito importante. Então, nos nossos momentos de lazer a grande maioria de nós utiliza compostos quimícos ou naturais pra mais uma vez, não pensar nas nossas vidas, não estar consciente do momento presente, ou seja, para uma fuga da realidade (não sou careta, mas estou falando da maneira como as coisas são usadas, como diria o osho, a meditação é o LSD eterno e eu acredito que não há estágio no universo que se chegue com drogas que não é possível se chegar trabalhando a mente e os níveis de consciência). Desculpas, mas eu não consigo achar que tudo isso tá certo. Não consigo acreditar que as pessoas realmente estejam felizes e realizadas. " Raras pessoas são capazes de estarem felizes sem absolutamente nenhuma razão - simplesmente sentar-se em silêncio e completa felicidade...", concordo plenamente com o Osho.


As pessoas ficam até espantadas se tu declara que tu acredita que as pessoas podem ser 100% felizes, por nada e o mais importante: sozinhas. Esse ano na praia, acho que no livro "Meditação: a arte do extase", li uma coisa que me pareceu ( assim como, pra variar, tudo que o osho diz) fazer muito sentido. Ao estar com alguém muitas vezes sentimentos esse sentimento de " Beatitude", ou seja, essa felicidade que vem do nada, esse momento vivido no presente ao extremo, essa realização plena. Então, a gente acha que é outra pessoa que é capaz de nos dar aquilo, e a gente quer sentir aquilo sempre. Então, continua vendo a pessoa, diz que está amando...Mas óbvio, isso não pode durar pra sempre, e a gente vai sempre querer recuperar aquilo que alguma vez sentiu com a pessoa, talvez e provavelmente sem sucesso...Isso pq, a verdadeira beatitude, não depende de alguém, depende só de nós mesmos. Por isso alguém que depende de alguém para ser feliz, é na verdade alguém que suga o outro, que está mendigando o amor, que sempre vai cobrar um amor e nunca vai se sentir amado o suficiente, isso vai resultar em inúmeras brigas e desentendimentos que se repetirão, assim como aquela busca por aquele sentimento que não existe mais...


O verdadeiro amor, seria aquele que somente quem transborda de amor mesmo sozinho é capaz de dar. Aquele que não é destinado a uma pessoa, mas aquele que é destinado ao mundo inteiro, à existência. Esse amor é dado por livre e espontânea vontade e não se cobra nada em troca. Acredito nesse amor, no amor livre, no amor que só faz bem, no amor que só faz crescer. Mas acredito nisso, que esse amor tem que ser compartilhado por duas pessoas que estejam centradas, para que elas possam assim ser uma só. Uma pessoa egoísta jamais vai conseguir chegar neste estado, uma pessoa egoísta está sempre preocupado com o seu bem estar, com as suas necessidades serem satisfeitas e dificilmente será capaz de se entregar completamente ficando completamente à merce do outro e do amor.



Acredito que esse amor também necessite de transcendência. Acredito que o amor verdadeiro, não tenha nada a ver com personalidade. Afinal, personalidade é muito efeito do local onde fomos criados ( escola, pais e etc..). Como eu sempre digo, se tu tivesse nascido no china, tu serias a mesma pessoa? Então, quem tu és de verdade? Acredito em uma dimensão mais profunda do ser. Não acredito que tu possa amar ou não pq fulano fez isso ou aquilo, mas pq tu simplesmente ama e nada pode ser feito. Pra isso é preciso transcender, se despir de todos preconceitos socias, não acredito que o ser humano seja fdp por natureza, acredito que há anos ele tem se iludido, se culpado com os mandamento que foram inventados pra dizer " O que é pecado", se importado demais com o que os outros seres iam pensar, e assim não podendo ser autêntico e verdadeiro. É aí que entra o Tantra, a arte da aceitação. A arte de se despir de todos os rótulos, de todas as ficções sociais, a arte de aceitar plenamente sem negar nenhum lado que seja considerado pela sociedade como "feio", a arte de não reprimir. Voltando ao assunto, se amar completamente, pra conseguir amar o outro, e pra conseguir aceitar o outro.


Enfim, o que eu queria dizer com tudo isso é que o caminho do amor parece ser um caminho fácil e tranquilo, mas buscar o verdadeiro amor é um aprendizado constante, uma doação constante e às vezes, dolorida. Escolher a verdade não é fácil, talvez eu esteja enganada, talvez seja mais fácil simplesmente viver e não pensar nada disso, nunca descobrir verdade alguma. Infelizmente, eu não consigo.


O texto ficou enorme, não vou corrigir. Se ninguém for ler, não era pra ler mesmo, eu simplesmente precisa escrever. ;)

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